Gradiente pedológico-vegetacional de Cerrado em Paraopeba, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Neri, Andreza Viana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática
Doutorado em Botânica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/345
Resumo: O mosaico fisionômico e estrutural do Cerrado é determinado em grande parte por manchas de solos com fertilidade variável, bem como pela irregularidade da ação do fogo. Esses fatores exercem influência conjunta sobre a estrutura e sobre a composição florística da vegetação. O presente trabalho teve como objetivo identificar os solos da Floresta Nacional de Paraopeba, MG e estudar variações na comunidade e nas populações da vegetação lenhosa em função das características químicas e físicas do solo. Para a descrição dos solos foram feitas tradagens e foram abertos cinco perfis em áreas representativas. Para análise química e granulométrica de rotina foram coletadas amostras de dez em dez cm, até a profundidade de 30cm, e a partir daí de 20 em 20cm até 150cm, totalizando nove amostras por perfil. A cor, as características morfológicas detalhadas e os teores de fósforo total, foram determinados apenas nas amostras de 0- 20cm e de 40-60cm de profundidade. Para estudos quantitativos, a composição florística e a análise de estrutura foram determinadas a partir de uma amostra fitossociológica da vegetação lenhosa, utilizando o método de parcelas. Para amostragem foram alocadas cinco parcelas de 20 x 100m, totalizando 1 ha, onde apenas os indivíduos com circunferência à altura do solo (CAS) ≥ 10 cm foram incluídos. A análise de variação florística foi verificada por meio da similaridade florística entre as cinco parcelas e a variação estrutural através da análise de dissimilaridade utilizando os parâmetros: densidade e dominância absolutas. Foram identificadas quatro classes de solos: Latossolo Vermelho (LV), Latossolo Vermelho Amarelo (LVA), Latossolo Amarelo (LA) e Cambissolo (CXb). A riqueza total na FLONA foi de 132 espécies distribuídas em 47 famílias. Das espécies amostradas 111 foram identificadas em nível de espécie, 12 em gênero, quatro em família e cinco permaneceram indeterminadas. As famílias que apresentaram maiores riquezas foram Fabaceae (18 espécies), Myrtaceae (9), Vochysiaceae (8), Bignoniaceae (7), Malpighiaceae (6), Rubiaceae (6), Anacardiaceae, Annonaceae, Erythroxylaceae e Melastomataceae (4). As cinco áreas estudadas mostraram ser distintas tanto floristicamente quanto estruturalmente. Ao longo da FLONA de Paraopeba existe uma variação estrutural mesmo entre as áreas de mesma fitofisionomia, como é o caso do cerrado stricto sensu sobre CXb e o cerrado s.s. sobre LA. A variação na vegetação de Cerrado da FLONA de Paraopeba se relaciona com as mudanças pedológicas encontradas. A riqueza florística correlacionou-se positivamente a fertilidade e negativamente aos teores de alumínio. A similaridade florística entre as áreas estudadas não se relaciona aos gradientes pedológicos sendo antes influenciada pela proximidade entre as amostras. A variação estrutural está menos relacionada à fertilidade do que ao alumínio. Algumas espécies mostraram preferência por determinados ambientes, como por exemplo, Miconia albicans, apresentando grandes densidades onde os teores de alumínio eram maiores. Dilodendron bipinnatum esteve presente apenas onde o teor de alumínio foi baixo, mas com altos teores de Ca2+. Alibertia edulis e Myrcia tomentosa ocorreram de maneira associada a menores teores de alumínio e maiores áreas basais, sendo assim interpretado como menor tolerância ao alumínio e maior tolerância ao sombreamento. Xylopia aromatica ocorreu de maneira associada a maiores teores de alumínio e maiores áreas basais, sendo considerada mais tolerante a alumínio e ao sombreamento. Com este estudo é possível concluir que os fatores pedológicos, especialmente o alumínio, exercem forte influência na fisionomia, na composição florística e na estrutura do Cerrado na FLONA de Paraopeba.