A interrelação entre atividade laboral, familiar e qualidade de vida de trabalhadores do setor de agropecuária de uma universidade pública
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor Mestrado em Economia Doméstica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3378 |
Resumo: | Qualidade de vida (QV) tornou-se foco de pesquisas multidisciplinares ao longo das últimas décadas. A relação entre variáveis como o contexto do trabalho, mudanças populacionais como o envelhecimento e as relações familiares se tornaram importantes na ressignificação da QV dos indivíduos. O presente estudo teve como objetivo geral analisar e compreender a realidade vivenciada pelo trabalhador no cargo de auxiliar de agropecuária da Universidade Federal de Viçosa (UFV)-MG, a partir da inter-relação entre a atividade laboral e familiar e suas implicações na qualidade de vida. Especificamente, pretendeu-se: identificar e analisar o perfil socioeconômico desta população; identificar a realidade laboral e relacioná-la com a qualidade de vida dos auxiliares de agropecuária; compreender a qualidade de vida e funcionalidade familiar do grupo, identificar os hábitos diários e analisar indicadores de saúde que podem influenciar na qualidade de vida destes; analisar a percepção da capacidade para o trabalho e a incidência de dores do grupo investigado. Estudo descritivo, de abordagem quali-quantitativa, foi realizado na cidade de Viçosa-MG considerando o período de 2010, com 54 auxiliares de agropecuária da UFV, todos do sexo masculino. Os métodos de coleta de dados foram questionários fechados e semiabertos, tais como questionários WHOQOL, APGAR de família, Índice de Capacidade para o trabalho (ICT), Mapa de Dores e outros com observação direta de 10 postos de trabalho, uso da mensuração do ambiente laboral para análise da temperatura (Termo-Anemômetro), do ruído, (Decibelímetro), iluminação, (Luxímetro) e ventilação (Termo-Anemômetro). Também foram aferidos o peso corporal e altura para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), circunferência abdominal e do quadril para a Relação Cintura-Quadril (RCQ) dos sujeitos e a pressão arterial em repouso (PAR). Para a análise de dados utilizou-se recursos da estatística descritiva e inferencial a partir do software SPSS 15.0. Observou-se 57,4% do grupo exercendo atividades agrárias e o tempo médio na ocupação atual foi 23 anos e 8 meses. Verificou-se que 31,5% do grupo já sofreu acidente no trabalho, durante o manuseio de alguma ferramenta em atividades no campo, atingindo mãos e braços. Constatou-se que os ambientes laborais apresentaram características adequadas exceto em alguns pontos em que a temperatura e iluminação elevaram-se ao longo do dia. Percebeu-se altos índices de satisfação em todos os domínios e na percepção geral da qualidade de vida, sendo o domínio físico o mais relevante para o grupo. Em relação à funcionalidade familiar, 87% deles a consideraram boa, indicando satisfação em relação à dinâmica da unidade doméstica.Como hábitos diários observou-se o tabagismo em 20,4% e consumo de bebida alcoólica em 55,7% do grupo, 31,5 % dos sujeitos realizam algum tipo de atividade física semanalmente, 25,9% consomem café em doses consideradas normais, e dormiam uma média de 7 horas e 31 minutos por dia. Constatou-se que 50% dos avaliados possuíam um IMC dentro da faixa de normalidade, e 48% possuíam peso acima do ideal considerado para sua idade e altura. A RCQ permitiu verificar que 55% dos avaliados apresentaram risco coronariano moderado , 28% risco alto e 2% risco muito alto e a PAR estava acima da normalidade em 33% do grupo. Apesar da boa capacidade para o trabalho houve grande incidência de dor nas regiões da coluna e lombar, sugerindo má postura e sobrecarga sobre as mesmas. Os sujeitos disseram haver uma boa qualidade de vida com valorização do domínio físico, satisfação em relação à funcionalidade familiar, e providos de cuidados e afeto. Acredita-se que quando se trata do universo do trabalho, estes avaliados tendem a afirmar estarem em bom estado de saúde para realizá-lo, fato este que lhes garantia algum status de longevidade produtiva na sociedade. |