Ecologia da paisagem de Mata Atlântica na Bacia do Rio Doce, Estado de Minas Gerais
Ano de defesa: | 2006 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Mestrado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2549 |
Resumo: | O presente estudo foi realizado em duas áreas situadas nos municípios de Coronel Fabriciano, Antônio Dias, Caratinga e Bom Jesus do Galho, leste do Estado de Minas Gerais, que são utilizadas para plantação de eucalipto. O objetivo foi utilizar ferramentas como aerofotografias, mapas e programas de computador, aliados às ciências ambientais, para diagnosticar e subsidiar o planejamento da conservação ambiental de ecossistemas fragmentados. Para tanto, foram estudadas duas áreas quadradas, de 6.400,00 ha cada, sendo uma situada em região montanhosa, denominada Cocais, e a outra situada em região com relevo suaveondulado, denominada Ipaba. Nessas áreas foram realizadas as classificações da cobertura vegetal preservada com base nos parâmetros de estágios de sucessão estabelecidos pela Resolução CONAMA no 10, de 1o de outubro de 1993. Foram obtidas também as classificações por classes de tamanho, grau de isolamento, posição no relevo e fator de forma, utilizando programas de mapeamento e sistemas de informação geográfica. Os resultados obtidos demonstraram que: em Cocais, destacaram-se a vegetação em estágios de sucessão inicial e médio, que representavam, respectivamente, 52 e 31% do total das áreas preservadas. Em Ipaba, destacaram-se as áreas em estágio médio e reservas com eucaliptos, respectivamente com 33 e 25% do total das áreas preservadas. Em Cocais existia um porcentual maior de áreas com cobertura florestal autóctone, em relação à área de Ipaba, sendo 86 e 60%, respectivamente. Há grande concentração de fragmentos de áreas preservadas na menor classe de tamanho (< 5 ha), correspondendo a 69,5% (169 fragmentos) em Cocais e a 68,9% (135 fragmentos) em Ipaba. Todavia, observou-se que os fragmentos de até 5 ha correspondiam a apenas 10% da área total preservada em Cocais e em Ipaba, a apenas 6% da área total preservada. Observou-se também que os fragmentos maiores que 50 ha, em Cocais, eram apenas 4% do total, embora representassem 53% do total de áreas preservadas. Essa relação foi ainda mais evidente em Ipaba, onde os fragmentos maiores que 50 ha eram apenas 6% do total e representavam 67% do total de áreas preservadas. A análise do grau de isolamento evidenciou que os 35 fragmentos considerados isolados totalizaram 98,25 ha, correspondendo a apenas 3,99% do total de áreas preservadas de Cocais. Na área de Ipaba, 19 fragmentos foram considerados isolados, totalizando 56,28 ha e correspondendo a apenas 1,94% do total de áreas preservadas. Quanto à análise do fator de forma dos fragmentos florestais situados nas áreas estudadas, evidenciou-se que a maior parte era menor que 5 ha e possuía baixos valores de fator de forma. Os fragmentos maiores possuíam valores altos de fator de forma, evidenciando a tendência de maior estabilidade desses fragmentos. Os padrões de distribuição espacial da rede de drenagem das áreas estudadas eram distintos, e a análise desses padrões evidenciou que a demarcação das áreas de reserva legal deve sempre ser realizada junto às áreas de preservação permanente, visando a conectividade das áreas. As diferenças dos padrões indicaram que, em Cocais, os corredores de fauna eram formados pelas áreas de preservação permanente, que interligam áreas de reserva legal, e que em Ipaba esses corredores eram formados pelas áreas de reserva legal, que interligavam áreas de preservação permanente que eram mais distantes e, em alguns casos, isoladas. As análises dos parâmetros estudados foram fundamentais para elaboração de estratégias e proposições de manejo, visando a conservação ambiental de ecossistemas fragmentados, com técnicas de manejo da paisagem. A aplicação da metodologia proposta permite criar uma rede de áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente conectadas em distintos relevos, garantindo a formação de corredores de fauna e, em larga escala, corredores de biodiversidade. |