Efeito de borda no componente arbóreo de um fragmento de floresta semidecídua, Viçosa, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Lemos, Pedro Henrique de Dantas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática
Mestrado em Botânica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2490
Resumo: Os objetivos deste trabalho foram caracterizar a estrutura da vegetação arbórea, a composição florística e a riqueza de espécies ao longo do gradiente borda-interior de um fragmento florestal situado em Viçosa, Minas Gerais; determinar e caracterizar o dossel ao longo deste gradiente; e caracterizar a distribuição das espécies arbóreas nas diferentes categorias de sucessão. Para tanto, foram instaladas três faixas paralelas, eqüidistantes de 10 m, de oito parcelas não contíguas de 5 x 5 m, interdistantes de 20 m cada, a partir da borda do fragmento até 180 m em direção a seu interior. As faixas de parcelas foram alocadas perpendicularmente à borda do fragmento, estendendo-se até seu núcleo. Todas as árvores com PAP igual ou superior a 10 cm foram amostradas e as alturas estimadas. No centro de cada parcela, foram obtidas fotografias hemisféricas do dossel, fornecendo as estimativas de sua abertura e o índice de área foliar (IAF). No total, foram amostrados 207 indivíduos arbóreos pertencentes a 31 famílias, 63 gêneros e 85 espécies. As famílias com maior riqueza de espécies foram: Fabaceae com dez espécies; Myrtaceae com nove espécies; Rubiaceae com seis; e Annonaceae, Lauraceae e Sapotaceae com cinco espécies. A variação da riqueza de espécies não obteve relação significativa com a distância da borda. Pela análise de agrupamento, foi possível identificar pelo menos um grupo formado entre as parcelas da borda com aquelas distantes 25 e 50 m da borda para o interior do fragmento. O trecho estudado revelou alto índice de diversidade de Shannon (H = 4,00), com equabilidade de Pielou J = 0.9. Não houve relação significativa entre a diversidade de espécies e a distância da borda. Diferenças significativas nos valores do índice de diversidade foram verificadas entre as parcelas localizadas na borda e aquelas de menores índices de diversidade presentes a 25, 50 e 175 m da mesma borda. As espécies secundárias tardias ocorreram em maior número de espécies e de indivíduos em relação às outras categorias sucessionais. A densidade de espécies pioneiras respondeu negativa e significativamente com a distância da borda para o interior do fragmento. Os valores de área basal e de densidade não se relacionaram estatisticamente com a distância da borda para dentro do fragmento. A altura do dossel sofreu declínio significativo à medida que a distância da borda diminuía, observando-se acréscimo da altura a partir de 50 m da borda, sendo significativamente diferente a 125 e 150 m da borda para o interior do fragmento. A abertura de dossel revelou relação negativa com a distância da borda, decrescendo significativamente em direção ao interior da floresta. A abertura de dossel foi significativamente menor em relação à borda a 75 e 125 m para o interior do fragmento. Os menores valores de IAF foram encontrados nas parcelas de borda, e os maiores a 125 m para o interior do fragmento. Este estudo revelou mudanças na comunidade das plantas ao longo do gradiente borda-interior, sugerindo um possível efeito de borda de 50 a 75 m da borda da floresta.