Manejo responsável de agroecossistemas: integração de variáveis ambientais, sociais e econômicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Tomé, Maria Vitória Duarte Ferrari
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10860
Resumo: Historicamente, na pesquisa e no manejo de agroecossistemas, temas gerenciais e operacionais têm sido considerados, prioritários, em relação às áreas sociais e ambientais, uma vez que influenciam diretamente a produção e produtividade. Além disso, o número de variáveis não- controladas na área ambiental e, principalmente, na social, aliado à falta de demanda efetiva pelo conhecimento aplicado nessas áreas são fatores que contribuíram para que a pesquisa e o manejo de agroecossistemas se concentrassem em variáveis gerenciais e operacionais. Porém, a demanda atual da sociedade, que está cada vez mais consciente da responsabilidade social e ambiental das organizações, requer uma abordagem que integre variáveis sociais, econômicas e ambientais, para legitimar os produtos e serviços dessas organizações. Este estudo parte do pressuposto de que é possível integrar essas variáveis no manejo de agroecossistemas, desde que se tenha um modelo conceitual adequado. Como foco de pesquisa, escolheu-se o agroecossistema de plantações florestais, aproveitando a experiência brasileira de oito anos na avaliação do “bom manejo”, de acordo com princípios e critérios do Forest Stewardship Council (FSC). O objetivo geral desse estudo é fornecer diretrizes que possam contribuir com a elaboração e discussão de padrões de manejo responsável de agroecossistemas. Seus objetivos específicos são utilizar um modelo conceitual para descrever organizações que manejam agroecossistemas como sistemas abertos, incluindo variáveis sociais e ambientais, além das gerenciais e operacionais; demonstrar o uso do modelo conceitual em situações reais, analisando o desempenho de organizações florestais, conforme princípios e critérios do FSC; identificar os fatores críticos de sucesso e pontos que devem ser monitorados no processo de manejo florestal, por meio de dois estudos de casos em organizações do setor de florestas plantadas e discutir os principais desafios e diretrizes para o manejo responsável de agroecossistemas. O modelo proposto para área florestal adapta-se a diferentes agroecossistemas e foi útil para demonstrar que as áreas gerencial e operacional, ambiental e social são interdependentes e precisam evoluir conjuntamente. A gestão ambiental e a social podem ser consideradas áreas de apoio, que possuem impacto sobre o processo de manejo e sobre os resultados e produtos de organizações que manejam agroecossistemas.. A análise dos sumários públicos de certificação florestal, de acordo com princípios e critérios do FSC, permitiu confirmar que a limitação para o manejo responsável é maior nas áreas ambiental e social, do que nas questões gerenciais e operacionais. Isso demonstra uma dificuldade de incorporar demandas nessas áreas, do planejamento estratégico às práticas diárias no manejo. Os indicadores de monitoramento, desafios e diretrizes são importantes como referência para a discussão de padrões de manejo responsável de agroecossistemas, em uma postura pró-ativa do meio acadêmico, pois isso significa novas oportunidades de nichos de pesquisa, ensino e extensão e mercado de trabalho.