Características morfogênicas e estruturais dos pastos e desempenho de novilhos em capim-braquiária sob diferentes alturas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Faria, Dawson José Guimarães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul
Doutorado em Zootecnia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1741
Resumo: O experimento foi desenvolvido no Setor de Forragicultura da Universidade Federal de Viçosa-MG, em pastagem de Brachiaria decumbens Stapf. cultivar Basilisk, avaliando-se a produção de forragem, características morfogênicas e estruturais do pasto, desempenho animal e padrão de desfolhação por novilhos em capim-braquiária submetido a quatro alturas dos pastos, objetivando-se estabelecer altura de manejo desta espécie, sob lotação contínua. Os tratamentos foram constituídos por alturas dos pastos (10, 20, 30 ou 40 cm), em delineamento experimental inteiramente casualizado, com duas repetições. O período experimental foi de 09 de janeiro de 2006 a 30 de junho de 2007, totalizando 537 dias de avaliação. O método de pastejo adotado foi lotação contínua com taxa de lotação variável, mantendo-se dois animais-teste por piquete durante o período experimental com adição e retirada de animais de equilíbrio para manutenção das alturas dos pastos. Utilizaram-se novilhos mestiços, com 236,9 kg e cruzados Red Angus x Nelore, com de 193,9 kg de peso corporal médio inicial, em 2006 e 2007, respectivamente. Para as características morfogênicas e estruturais do pasto, padrão de desfolhação, composição morfológica, disponibilidade de matéria seca, matéria seca verde, colmo, lâmina foliar e material morto, o período experimental foi subdividido nas estações do ano: verão (janeiro a março) e outono (abril a junho), nos anos de 2006 e 2007; inverno (julho a setembro) e primavera (outubro a dezembro) apenas de 2006. O desempenho animal foi avaliado em duas épocas: Águas 1 (janeiro de 2006 a maio de 2006) e Águas 2 (outubro de 2006 a abril de 2007). As alturas dos pastos influenciaram a taxa de alongamento de colmo intacto de forma linear e positiva. As maiores alturas apresentaram maior alongamento do colmo pastejado, com menores valores em relação aos colmos intactos. O alongamento das lâminas intactas aumentou linearmente com as alturas dos pastos. Já as lâminas pastejadas tiveram resposta cúbica no verão 1 e linear positiva na primavera e verão 2, em razão das alturas dos pastos. Houve maior taxa de alongamento das lâminas intactas em relação à das lâminas pastejadas. A taxa de aparecimento foliar respondeu linear e negativamente às alturas dos pastos, enquanto o filocrono e a duração de vida da folha apresentaram resposta linear e positiva. As alturas dos pastos influenciaram o número de folhas vivas total, com resposta linear decrescente no verão de 2006, linear crescente no inverno e cúbica no outono de 2007. Para o número de folhas vivas pastejadas, observou-se resposta linear negativa em ambos verões e efeito cúbico na primavera, em virtude das alturas dos pastos. O número de folhas intactas teve resposta quadrática no outono 1 e cúbico na primavera e no verão 2 em função das alturas dos pastos. O comprimento final da lâmina aumentou linearmente com as alturas dos pastos. A taxa de senescência das lâminas intactas e pastejadas aumentou com as alturas dos pastos, com menores valores para as últimas. Para a relação lâmina: colmo, o efeito foi linear negativo em função das alturas dos pastos para todas as estações do ano, excetuando-se o inverno e verão 2, estações nas quais se observou efeito quadrático. As alturas dos pastos proporcionaram efeito linear negativo em relação ao número de perfilhos basilares nos verões, outono 1, inverno, primavera. Para o número de perfilhos aéreos o efeito foi linear negativo no verão 1; linear positivo no outono 1; sem efeito no inverno e outono 2; quadrático na primavera e cúbico no verão 2 em razão das alturas dos pastos. O número total de perfilhos vivos se alterou devido às das alturas dos pastos, apresentando efeito quadrático no outono 1 e primavera; ausência de efeito no inverno e outono 2 e linear nos verões. No outono 1, o ponto de máximo foi estimado em 20,77 cm, com 1451,66 perfilhos e na primavera em 19,49 cm e 1515,03 perfilhos. As disponibilidades de matéria seca total, matéria seca verde e matéria seca de colmos aumentaram linearmente com as alturas dos pastos. A disponibilidade de matéria seca de lâminas foliares apresentou respostas diferentes em função das alturas dos pastos nas estações do ano, aumentando de forma linear na primavera, verão 2 e outono 2, com resposta quadrática no verão 1 e outono 1 e cúbica no inverno. A disponibilidade de matéria seca de material morto aumentou com as alturas dos pastos em todas as épocas avaliadas, exceto no verão 2. Verificou-se, para a densidade de forragem, efeito linear e decrescente das alturas dos pastos. O aumento nas alturas dos pastos promoveu efeito linear crescente sobre a porcentagem de colmos nos verões e outonos e cúbico na primavera. Para a porcentagem de lâmina foliar, o efeito foi linear positivo nos verões e outonos e cúbico no inverno de acordo com o aumento das alturas dos pastos. Verificou-se efeito linear sobre a porcentagem de material morto, decrescente para os verões e crescente no inverno em função das alturas dos pastos. Quanto à intensidade de desfolhação de lâminas expandidas, observou-se efeito linear positivo das alturas dos pastos apenas no outono 1 e verão 2. Para a intensidade de desfolhação das lâminas em expansão, observou-se efeito linear positivo em função das alturas dos pastos, nos verões, outono 1 e primavera. Constatou-se maior intensidade de desfolhação das lâminas em expansão do que das lâminas expandidas em todas as alturas dos pastos. Para o intervalo de desfolhação das lâminas expandidas houve aumento linear da menor para a maior altura do pasto. Observou-se efeito das alturas dos pastos sobre o intervalo de desfolhação das lâminas em expansão somente no verão 2. Verificou-se que as folhas em expansão são pastejadas mais frequentemente que as expandidas. O ganho médio diário dos animais não diferiu entre as alturas dos pastos, com valor médio de 784 e 606 g.animal.dia-1, no primeiro e no segundo período das águas, respectivamente. O consumo de forragem foi influenciado pelas alturas dos pastos, de forma cúbica na época águas 1 e linear na águas 2. Observou-se resposta cúbica da taxa de lotação em relação às alturas dos pastos, nos dois períodos de avaliação. A produtividade por área foi influenciada pelas alturas dos pastos, de forma quadrática, na primeira e na segunda época das águas. As características morfogênicas e estruturais, composição morfológica do pasto, disponibilidades de matéria seca,de lâminas foliares, de colmo e de material morto, densidade da forragem são influenciadas pelas alturas dos pastos. A desfolhação proporcionou menores valores de alongamento de colmos e lâminas pastejados. As alturas dos pastos influenciaram a taxa de lotação, o consumo de forragem e a produtividade por área, mas não o ganho de peso dos novilhos. As alturas dos pastos orientam ações de manejo no sistema de produção. Pasto de B. decumbens, em lotação contínua, com altura de aproximadamente 16 cm, proporciona maior taxa de lotação, enquanto alturas entre 18 e 23 cm resulta em maior produtividade por área.