Características morfogênicas e estruturais e acúmulo de forragem do capim-tanzânia submetido a intensidades e freqüências de corte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Pena, Karine da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul
Mestrado em Zootecnia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/5850
Resumo: Este experimento foi conduzido em área do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa, MG, e teve início no dia 17.12.2004, estendendo-se até 08.04.2005. O objetivo foi avaliar as características morfogênicas e estruturais e o acúmulo de forragem do capim Panicum maximum cv. Tanzânia submetido a intensidades e freqüências de corte. Avaliaram-se duas alturas (25 e 50 cm) e três intervalos entre cortes (correspondentes ao período de tempo necessário para o surgimento de duas, três e quatro folhas por perfilho). Os tratamentos corresponderam à combinação entre os níveis desses dois fatores, os quais foram alocados às unidades experimentais (parcelas) segundo um arranjo fatorial 2 x 3 e um delineamento de blocos completos casualizados com três repetições. As seguintes variáveis-resposta foram avaliadas: altura do dossel, características morfogênicas e estruturais de perfilhos, demografia do perfilhamento e taxas de aparecimento, mortalidade e sobrevivência de perfilhos, peso de perfilhos, acúmulo de matéria seca e composição morfológica da forragem acumulada. A taxa de aparecimento de folhas (TApF) diminuiu com a redução da freqüência de desfolhação, e o filocrono (FIL) aumentou. De forma geral, o comprimento final da folha (CFF) foi menor na altura de corte de 25 cm que na de 50 cm. Isso porque cortes mais baixos resultaram em diminuição do comprimento da bainha foliar, provavelmente em conseqüência de redução na fase de multiplicação celular, acarretando em menor comprimento final da folha (CFF). Foi observada uma tendência de maiores valores da taxa de alongamento de colmos (TAlC) na altura de corte de 50 cm em relação à de 25 cm, e esse aumento pode ter sido responsável pela diferença observada em altura de pré-desfolhação entre as alturas de corte avaliadas. Houve tendência de menor TAlC para a freqüência de cortes de duas folhas surgidas por perfilho, apesar de não terem sido registradas diferenças entre as freqüências avaliadas, conseqüência da alta variabilidade associada a esse tipo de medição. O balanço entre taxa de alongamento de folhas (TAlF) e TAlC gera alterações na relação lâmina-colmo (RLC). A escolha da combinação adequada de intensidade e freqüência de desfolhação deve visar também manter uma RLC alta. A taxa de senescência de folhas (TSF) e a TAlC apresentaram tendência de aumento quando a freqüência variou de duas para três folhas surgidas por perfilho. Pode-se dizer, então, que o corte poderia ser feito entre duas e três folhas surgidas por perfilho, situação em que o acúmulo de matéria seca parece ter sido modificado, passando para um maior acúmulo de colmos e de material morto. Houve uma relação inversa entre a TApF e a TSF, mantendo certo equilíbrio no número de folhas vivas por perfilho (NFV). O NFV é influenciado pela TApF e pela duração de vida das folhas (DVF). A DVF foi menor na altura de corte de 25 cm que na de 50 cm, sugerindo maior renovação de tecidos sob condições de cortes mais severos. A taxa de alongamento de folhas (TAlF) diminuiu com a redução na freqüência de cortes. O efeito da desfolhação sobre a TAlF parece estar mais relacionado à interação da intensidade de corte com a disponibilidade de compostos orgânicos para recomposição da área foliar. Corroborando o que já foi reportado por alguns autores de que a IL de 95% pelo dossel ocorre com altura próxima de 70 cm, o que neste experimento, nessa altura, correspondeu ao surgimento de duas folhas por perfilho, quando houve o maior balanço positivo entre alongamento de folhas e senescência, associado a um menor alongamento de colmos. De forma geral, o peso dos perfilhos (PP) das parcelas cortadas a 25 cm foi menor que aqueles das cortadas a 50 cm. Os perfilhos aumentaram de peso à medida que o período de rebrotação se prolongou, exceto na combinação de duas folhas surgidas por perfilho e 25 cm de altura de corte, que resultou em peso relativamente uniforme dos perfilhos. Tal fato foi decorrente do aparecimento e alongamento de folhas, o que apresentou aumento no acúmulo de lâminas foliares. Essa combinação de maior freqüência e maior intensidade de corte pode controlar o alongamento e acúmulo de colmos, resultando em estabilidade no PP. Os valores de densidade populacional de perfilhos (DPP) aumentaram do início do período experimental até certo ponto, quando começaram a diminuir. No início do período de rebrotação, o interior do dossel recebe maior quantidade e qualidade de luz, o que faz que a DPP aumente. Mas, com o aumento do período de rebrotação e início da competição por luz no dossel, ocorrem elevação na TSF e na TAlC e diminuição na TApF e na taxa de aparecimento de perfilhos (TApP), levando a um queda na DPP. O único tratamento que não se comportou dessa maneira foi o da altura de corte de 50 cm e quatro folhas surgidas por perfilho, apresentando aumento em DPP ao final do período experimental, devido ao aumento na taxa de aparecimento de perfilhos aéreos (TApPA) e, conseqüentemente, do peso e do número dos perfilhos aéreos. Não houve diferença entre as alturas de corte de 25 e 50 cm quanto à DPP. Foi observado aumento na taxa de mortalidade de perfilhos (TMoP) ao longo do período de avaliação. As altas TMoP e TApP caracterizaram um padrão intenso de renovação (turnover) da população de perfilhos. A TApP e a taxa de aparecimento de perfilhos basilares (TApPB) diminuíram ao longo do período experimental, já a TApPA aumentou. A TApF foi elevada no início do período experimental, quando as condições de crescimento eram adequadas, sendo reduzida com o passar do tempo com a realização do experimento. Comportamento semelhante foi observado na TApP. Quanto à taxa de sobrevivência de perfilhos (TSoP), observou-se o mesmo comportamento da TMoP, entretanto de forma inversa. A altura de pré-desfolhação diminuiu com o aumento na freqüência de corte, e a matéria seca total também teve tendência de ser maior nas menores freqüências de corte. O acúmulo de colmos só variou entre as alturas de corte no corte II e, nas freqüências de corte, foi menor nas duas folhas, em comparação com três e quatro folhas surgidas por perfilho, também no mesmo corte. Os dados indicam que o intervalo de cortes do capim-tanzânia não deve exceder o tempo necessário para o aparecimento de duas a três folhas por perfilho.