Parâmetros reprodutivos e metabólicos de cabras leiteiras submetidas a condições bioclimáticas artificiais, semelhantes à Zona Equatorial Brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Pinho, Rogério Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de
Mestrado em Medicina Veterinária
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/5219
Resumo: Este trabalho estuda o comportamento reprodutivo de cabras das raças Alpina e Saanen submetidas a condições bioclimáticas artificiais semelhantes Zona Equatorial Brasileira, quando comparadas com cabras criadas em condições bioclimáticas normais típicas de regiões onde as mesmas demonstram comportamento poliéstrico estacional. O estudo foi conduzido durante a estação reprodutiva para a espécie caprina (abril a julho de 2007), consistindo de um período de adaptação de 30 dias (Fase 1), e período experimental (Fase 2) de 60 dias, na câmara bioclimática. Foram utilizados neste estudo, dois grupos de animais. O grupo 1 (n = 4) permaneceu na câmara bioclimática com controle da temperatura ambiente e umidade relativa do ar (8:00 - 12:00 horas 30 ºC; 12:00 - 18:00 36 ºC; 18:00 - 8:00 26 ºC; Umidade relativa (UR) média de 60 %; Fotoperíodo de 12 horas), simulando assim condições bioclimatológicas da Região Norte do Brasil (próxima à linha do Equador), enquanto que o grupo 2 (n = 4) foi mantido em gaiolas individuais com influência das variações climáticas naturais da estação. Foram mensurados parâmetros fisiológicos de freqüências respiratória (FR) e cardíaca (FC), temperatura retal (TR) e movimentos ruminais (MR) duas vezes ao dia e acompanhamento diário da dinâmica folicular, além de coleta de sangue 2 vezes por semana para as dosagens de triiodotironina (T3), tiroxina (T4), cortisol, colesterol, proteínas totais (PT), albumina (ALB), progesterona (P4) e estrógeno (E2). Os valores médios para o consumo de água mostraram-se diferentes (p < 0,05) tanto em função do grupo, quanto em função do tempo, sendo que os animais do grupo 1 consumiram mais do que o dobro de água (4.386,3 mL/dia) do que os animais do grupo 2 (1.663,2 mL/dia). Em relação ao consumo de ração, houve diferença entre grupos e fases (499,0 e 490,8 g/dia, para os grupos 1 e 2, respectivamente). Não houve variação nos valores médios para os parâmetros de peso corporal e escore de condição corporal (ECC) em função do tempo, no entanto durante a fase experimental houve diferença entre grupos no peso dos animais (50,5 e 41,5 kg, para os grupos 1 e 2, respectivamente). Durante a fase experimental, observou-se diferença (p < 0,05) para os parâmetros fisiológicos estudados entre os turnos da manhã e tarde, sendo os valores da tarde sempre superiores aos da manhã. Com relação ao comportamento concentrações de colesterol, ALB e PT em função dos dias, nos diferentes grupos e fases de adaptação e experimental, não se registrou nenhuma diferença nos valores médios obtidos durante todo o período de observação (p > 0,05). Com relação ao comportamento das concentrações de T3, T4 e cortisol em função dos dias, nos diferentes grupos e fases de adaptação e experimental, não se registrou nenhuma diferença nos valores obtidos durante todo o período experimental (p > 0,05). Não houve diferença (p > 0,05) para as durações de ciclo estral e estro para os animais dos grupos 1 e 2. Não houve diferença (p > 0,05) em relação ao número de folículos observados no dia do estro e diâmetro do folículo ovulatório, tanto em função dos grupos, quanto no número de estros avaliados, com valores médios de 4 e 3,5 no 1º estro, 5 e 3 no 2º estro, e 4 e 4,5 no 3º estro, para os grupos 1 e 2, respectivamente. O número de ondas foliculares observadas variou de 4 a 5 nos animais do grupo 1, e 2 a 4 ondas nos animais do grupo 2. O dia após a ovulação em que o corpo lúteo (CL) apresentou maior diâmetro foi 5,2 ± 2,0; 9,7 ± 2,7 e 7,7 ± 2,6 para os 1º, 2º e 3º ciclos estrais, respectivamente, e a área do CL no dia de seu maior diâmetro foi de 9,7 ± 3,0; 12,1 ± 4,4 e 7,0 ± 1,3 mm3 para os 1º, 2º e 3º ciclos estrais, respectivamente. Não houve diferença (p > 0,05) em nenhum dos parâmetros reprodutivos estudados, tanto em função do grupo quanto dos estros. Apesar de os animais do grupo 1 terem demonstrado valores mais elevados de P4 e E2 em relação aos animais do grupo 2, o padrão de secreção endócrina desses hormônios mostrou-se semelhante para ambos os grupos em todos os ciclos estrais estudados, em função do tempo. Embora o número de animais avaliados em condições bioclimáticas semelhantes à Zona Equatorial Brasileira seja pequeno, os valores médios obtidos para os parâmetros fisiológicos, ingestão de alimentos e água, metabólicos e hormonal, indicaram que fêmeas caprinas podem ser criadas nas condições bioclimáticas propostas, sem que haja comprometimento nos referidos padrões fisiológicos.