Identificação, caracterização fenotípica e potencial aplicação tecnológica de bactérias láticas predominantes no leite humano em diferentes fases da lactação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gonzaga, Driene Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/16013
Resumo: O leite humano (LH) tem a função de fornecer nutrientes e outras substâncias responsáveis pela defesa do organismo contra ameaças externas nos primeiros meses de vida. A sua microbiota tem sido estudada e durante um tempo acreditou-se que os micro-organismos a presença de micro-organismos nessa matriz fosse consequência da contaminação devido a manipulação inadequada. Posteriormente, admitiu-se que os micro-organismos fazem parte da composição natural do leite e que desempenham várias funções no organismo. Por diversos motivos, alguns recém- nascidos não podem consumir o leite produzido pelas próprias mães e a alternativa é o leite depositado em bancos de leite. Para eliminar micro-organismos patogênicos, o leite recebido nos bancos é pasteurizado, com isso também são eliminadas bactérias benéficas. O presente estudo teve como objetivo identificar, caracterizar fenotipicamente e selecionar bactérias com potencial para uso em bancos de leite humano. Foram coletadas amostras de leite de 11 voluntárias em cinco períodos da lactação (5, 15, 30, 60 e 90 dias após o parto) e a partir delas, isoladas colônias crescidas em meios de cultura específicos. Para agrupar os micro-organismos, extraiu-se o DNA total de cada amostra e realizou-se REP-PCR. Um representante de cada grupo foi identificado. Para os testes fenotípicos, as estirpes anteriormente identificadas foram avaliadas quanto a aspectos de segurança, como capacidade de produção da hemolisina, atividade da enzima gelatinase, suceptibilidade a antibióticos e verificação da forma isomérica do ácido lático produzido. A funcionalidade foi verificada por meio de teste de resistência ao suco gástrico e a sais biliares e antagonismo a patógenos indicadores. As culturas foram liofilizadas e novamente avaliadas. Após a formação de 74 grupos, foram identificadas duas espécies: Enterococcus faecalis (presentes em todas as fases da lactação) e Lactobacillus fermentum (presente no leite maduro de duas mães). Todas as estirpes resistiram ao processo de liofilização e foram classificadas como não β-hemolíticas, gelatinase negativas, resistentes ao suco gástrico e a sais biliares e com capacidade de antagonizar patógenos. Nenhum isolado foi sensível a todos antibióticos testados, porém, a sensibilidade de alguns aumentou após a secagem. Todos produziram ácido lático nas duas forma isoméricas. O isolado identificado com E. faecalis com a numeração 106 produziu L(+)-ácido lático em maior proporção independentemente de ser liofilizado ou não. Com os resultados obtidos não é possível indicar nenhuma das estirpes estudadas para uso imediato. O entendimento do real papel dessas bactérias no leite humano é necessário para que esses isolados possam ser considerados probióticos e possam ser reincorporados ao leite de BLH.