Remoção do inseticida clorpirifós em sistemas alagados construídos cultivados com diferentes espécies vegetais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Souza, Tamara Daiane de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ
Mestrado em Engenharia Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3640
Resumo: Nas últimas décadas, tem-se constatado alto índice de contaminação dos recursos hídricos com substâncias oriundas de áreas agrícolas. Neste contexto, destacam-se os inseticidas organofosforados, que oferecem elevado risco para abastecimento público, dessedentação de animais e preservação da flora e fauna aquática. O clorpirifós, incluído nesta classe, é um inseticida amplamente utilizado no mundo e está entre os mais utilizados no Brasil. Face aos danos causados por estas substâncias quando alcançam corpos hídricos, somado à dificuldade de remediação destes ambientes, torna-se essencial o conhecimento de técnicas capazes de minimizar tal processo. Os Sistemas Alagados Construídos (SACs) mostram-se como uma alternativa, tendo sido evidenciado em alguns experimentos sua capacidade de remover contaminantes recalcitrantes, como os pesticidas. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a capacidade de remediação de água contaminada com o inseticida clorpirifós, por meio de sistemas alagados construídos de escoamento horizontal subsuperficial, em que foram cultivados diferentes macrófitas. Mensurou-se a redução da concentração do clorpirifós bem como a redução da toxicidade nos tempos de retenção hidráulica de 24, 48, 96, 144 e 192 h. O experimento foi composto por quatro SACs construídos em escala piloto: SACC sem vegetação; SACT cultivado com capim tifton 85 (Cynodon spp.); SACM cultivado com Mentha aquatica e SACE cultivado com Erva de bicho (Polygonum punctatum). A concentração inicial de clorpirifós aplicada em todos os SACs foi de 1 mg L-1. Antes do início dos tratamentos, aplicou-se esgoto sanitário diluído para inserção do biofilme no sistema. Para realização do teste ecotoxicológico agudo qualitativo, utilizou-se a espécie Daphnia similis. A análise de variância demonstrou que não houve diferença estatística significativa, em nível de 5% de probabilidade, na remoção do clorpirifós entre os SACs estudados e ao longo dos tempos de retenção hidráulica. Observou-se pelas análises cromatográficas alta eficiência na remoção do inseticida, com média geral de 98,6%, sendo que já no primeiro tempo de retenção hidráulica, 24 h, houve remoção do clorpirifós para valores inferiores ao limite detecção do CG, implicando em uma eficiência maior que 99% para os sistemas SACc, SACM, SACE e SACT. Tal resultado é atribuído principalmente aos processos de adsorção e degradação microbiana. Para os ensaios padronizados qualitativos de toxicidade aguda com Daphnia similis, de forma semelhante aos resultados de eficiência de remoção do clorpirifós, observou-se para a maioria das amostras a redução de toxicidade acima de 80%. Constatou-se que os testes ecotoxicológicos com os efluentes dos sistemas alagados construídos estudados são uma boa opção como indicativo da eficiência dos tratamentos e uma promissora alternativa na complementação de análises físicas e químicas.