Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Milagres, Maria Alice Santana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6367
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Resumo: |
O aumento no número de casos de câncer ao longo dos anos tem colocado essa doença em posição de destaque nas políticas de saúde, visto que pode trazer consequências tanto no âmbito econômico quanto social das famílias brasileiras. Quando acomete a mulher, pode mudar diferentes domínios da vida, remetendo-a a diversas reações por não poder estar cumprindo, de forma desejada, o seu papel na família. Esta, por sua vez, diante do momento de dificuldade, também reage ao câncer, sofre, muda seu funcionamento, estabelece novos papéis de cuidado e, assim, modifica suas relações, uma vez que a mulher, cuidadora e promotora do elo e apoio familiar, afasta-se do lar para se cuidar. Diante do exposto, questionou-se: como o tratamento oncológico da mulher interfere na administração dos diferentes domínios de vida e no funcionamento familiar? Para responder a esse questionamento, o estudo objetivou analisar as implicações do tratamento oncológico da mulher na administração dos domínios da vida desse segmento, assim como no funcionamento familiar. O método utilizado foi o qualitativo, do tipo descritivo e exploratório. O estudo foi realizado no Município de Viçosa, MG, com 18 mulheres que estavam em tratamento de câncer, nos anos 2013 e 2014, e com 12 familiares definidos como principais cuidadores. Para a coleta dos dados, utilizou-se a história de vida por meio da entrevista semiestruturada, além do diário de campo. As entrevistas foram gravadas em áudio, transcritas e, em seguida, analisadas em Excel 2013 e por um programa computacional para análise lexicográfica do material textual (ALCESTE). Os resultados evidenciaram que as mulheres viçosenses em tratamento antineoplásico eram portadoras, em sua maioria, de câncer de mama; tinham entre 41 e 60 anos de idade; declararam-se pardas, com rendimento individual de um salário mínimo e familiar de dois salários; estudaram até o ensino fundamental incompleto; e declararam como referência familiar seus irmãos. Os domínios da vida e funcionamento familiar foram alterados em face da doença no segmento feminino. Foi identificado que a mulher estava fragilizada pela patologia, pelo tratamento e pelas suas repercussões físicas. Essas alterações impediram-na de realizar o trabalho remunerado, assim como o trabalho doméstico vigoroso e a continuidade de uma vida normal. O familiar em alguns momentos abdicou do trabalho remunerado, necessitando alterar seus planos e, mesmo, sua rotina para assistir à mulher. As reações do cuidador diante da descoberta da doença, de medo e preocupação, bem como a intensidade do cuidado, repercutiram em sua saúde de maneira negativa. Na vida familiar, identificou-se a união da família diante do momento de conflito. O trabalho doméstico foi realizado por demais membros, e a renda familiar foi afetada mediante os aumentos dos gastos com a saúde. Verificou-se que as pessoas buscaram fortalecimento espiritual para lidar com a patologia do ente amado. Contudo, quando o papel de cuidado não pode ser assumido de forma plena pela mulher, percebeu-se que a família se adaptou à nova situação nas multifacetas da vida, seja financeira, emocional, espiritual e atividades domésticas, buscando equilíbrio em seu funcionamento. |