Efeito do consumo materno de kefir na lactação e na puberdade sobre a microbiota intestinal, parâmetros inflamatórios e susceptibilidade à carcinogênese colorretal na progênie de ratos Wistar programados pela superalimentação neonatal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Brasiel, Poliana Guiomar de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/27782
Resumo: Alterações nutricionais durante períodos críticos de desenvolvimento, como a lactação e a puberdade, têm impacto no risco de desenvolver doenças na vida adulta. Nesse sentido, o modelo da superalimentação neonatal pode resultar em programação alterada, levando ao aumento da suscetibilidade à obesidade, inflamação e complicações relacionadas. O kefir, um leite fermentado, originado a partir da ação da microbiota natural presente em seus grãos, apresenta uma mistura complexa e específica de bactérias ácido-láticas, ácido-acéticas e leveduras em uma matriz de proteínas e polissacarídeos. Com características probióticas, está associado à atividade antimicrobiana e de imunomodulação. Neste estudo investigamos os efeitos da programação pelo kefir/ superalimentação durante o período de lactação e puberdade da prole na idade adulta induzida à carcinogênese de cólon por 1,2 dimetilhidrazina (DMH), sobre a adiposidade, inflamação, microbiota intestinal e o desenvolvimento da carcinogênese colorretal. Ratas Wistar em lactação foram divididas em quatro grupos: Controle (C, n = 7 filhotes); Controle Kefir (CK, n = 8 filhotes); Superalimentado (S, n = 7 filhotes); Superalimentado Kefir (SK, n = 7 filhotes). As mães dos grupos C e S receberam 1 ml de água destilada por gavagem, uma vez ao dia. Para os outros grupos de teste, os animais receberam 1 ml de kefir de leite (108 UFC/ml) por gavagem uma vez ao dia durante os 21 dias de lactação. Após o desmame, todos os filhotes continuaram recebendo o mesmo tratamento materno (água ou kefir) até os 60 dias de idade. Na idade adulta (24 semanas após a última aplicação do DMH), o grupo S apresentou maior somatório de tecido adiposo em comparação ao C (+53,83%; p <0,001), CK (+48,85%; p <0,001) e SK (+20,04 %; p <0,01) grupos. O kefir suprimiu significativamente o número de tumores, mesmo no grupo superalimentado (SK: -71,43%; p <0,01). Houve aumento de citocinas pró- inflamatórias (IL-1β, IL-6 e TNF-α) no tecido do cólon do grupo S. Para a produção de óxido nítrico foi observado um aumento nos animais S, mas que foi reduzido pelo kefir (grupo SK) (-69,9%, p <0,001). Investigamos pela primeira vez os efeitos do consumo de kefir durante períodos críticos de desenvolvimento e identificamos sua capacidade de reduzir tumores do cólon, danos histológicos e citocinas pró-inflamatórias, bem como diminuir a adiposidade e modular a microbiota intestinal da prole adulta. Palavras-chave: Câncer colorretal. Kefir. Microbiota intestinal. Programação. Superalimentação.