Melastomataceae Juss. no campo rupestre do Parque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil: relações ecológicas, fitofisionômicas, padrões de distribuição geográfica e comparação florística
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Mestrado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2535 |
Resumo: | O presente estudo teve como objetivos o levantamento florístico das espécies de Melastomataceae que ocorrem no Parque Estadual do Itacolomi (PEI), região sudeste do estado de Minas Gerais; verificar os padrões de distribuição geográfica das espécies de Melastomataceae ocorrentes nos Campos Rupestres do PEI e a similaridade florística com outras áreas de Campo Rupestre de Minas Gerais e Bahia. O Parque faz parte do complexo Serra do Espinhaço, entre as coordenadas 20º22‟-30‟S e 43º22‟-32‟W, com altitudes que podem variar entre 900-1.772 m. O levantamento das espécies de Melastomataceae foi desenvolvido mediante 21 expedições mensais, realizadas em 11 trilhas (1. Estrada de Baixo; 2. Estrada de Cima; 3. Morro do Cachorro; 4. Calais; 5. Tesoureiro; 6. Baú; 7. Lagoa Seca; 8. Pico do Itacolomi; 9. Sertão; 10. Serrinha; 11. Caboclo), no período de agosto de 2009 a fevereiro de 2011, abrangendo oito fitofisionomias (Campos Graminosos Úmidos, Escrube sobre Quartzito 2, Escrube sobre Quartzito 1, Campos Graminosos Secos, Escrube sobre Filito, Campos Quartzíticos dos Afloramentos Rochosos, Campos Graminosos Úmidos de Altitude e Campos ferruginosos). Além do material botânico coletado, materiais de Melastomataceae coletados no PEI registrados na literatura ou depositados em herbários, foram também considerados neste estudo. A determinação das espécies foi realizada com base na literatura específica, consulta a especialista e visita aos herbários BHCB, HUFU, OUPR, RB e VIC. Os padrões de distribuição geográfica foram obtidos mediante adaptações de padrões já estabelecidos. A comparação florística foi determinada utilizando estudos realizados em 17 áreas de campo rupestre da Bahia e Minas Gerais. As Melastomataceae estão representadas no PEI por 72 espécies, a partir das quais foi elaborada uma chave de identificação. A tribo Microlicieae foi a mais representativa, com 31 spp. Os gêneros mais representativos foramMicrolicia (17 spp.), Tibouchina (13 spp.), Leandra (10 spp.), Miconia (9 spp.) e Trembleya (6 spp.). As espécies Tibouchina cardinalis, Cambessedesia hilariana, Marcetia taxifolia e Trembleya parviflora ocorreram em sete das oito fitofisionomias amostradas. A maioria das espécies (70%) ocorre em até quatro fitofisionomias. Entre as fitofisionomias, os Campos Quartzíticos dos Afloramentos Rochosos e os Campos Graminosos Úmidos de Altitude foram os mais similares na análise de agrupamento, com 52%. As fitofisionomias mais ricas em espécies foram os Campos Graminosos Secos (36 spp.) e os Campos Graminosos Úmidos de Altitude (35 spp.). Seis padrões de distribuição geográfica foram determinados: Padrão Neotropical; Padrão Sul Americano; Padrão Brasil Ocidental-Centro-Oriental; Padrão Brasil Centro-Oriental; Padrão Brasil Sudeste; e Padrão Endêmico de Minas Gerais. A maioria das espécies (85%) apresenta distribuição restrita ao Brasil; 48% pertencem ao Padrão Endêmico de Minas Gerais; 34% ao Padrão Brasil Centro-Oriental; 15% ao Padrão Brasil Sudeste e 3% ao Padrão Brasil Ocidental-Centro-Oriental. O Padrão Neotropical foi observado em 7% das espécies e o Padrão América do Sul em 8% destas. As espécies Microlicia glazioviana e Trembleya calycina estão representadas por pequenas populações, e devem permanecer na categoria ameaçada de extinção. Behuria glutinosa, Leandra dendroides, Tibouchina canescens e Tibouchina gardneriana tiveram seu primeiro registro de ocorrência para o domínio do Cerrado. A comparação florística entre as 17 áreas analisadas demonstrou baixa similaridade, sendo a vegetação de Minas Gerais diferente floristicamente da encontrada na Bahia. A similaridade máxima obtida foi entre as áreas do Pico das Almas e Rio de Contas, com 50%; a flora do PEI demonstrou-se mais similar com as Serras de Ouro Branco, com 34% de similaridade. Das espécies inventariadas, 65% são também citadas para a Mata Atlântica, evidenciando a influência deste bioma na composição da flora rupestre do parque. |