Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Silva, José Nunes da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9863
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Resumo: |
A partir do início da década de 90 vem se registrando uma expansão no número de assentamentos rurais no Brasil, como resultado de lutas sociais no campo, que têm pressionado o poder público, com o objetivo de garantir políticas que desconcentrem a posse da terra, e implementem um processo de reforma agrária no país. Tal expansão no número de assentamentos criados em todas as regiões brasileiras, tem impulsionado uma vasta produção científica sobre o tema, enfocando os processos de luta pela a terra, a organização interna dos projetos, sob as perspectivas social, política e econômica, bem como, mais recentemente, abordagens que visam analisar a viabilidade econômica destas áreas e suas possibilidades de inserção no mercado. Compreendendo o momento da organização econômica como posterior ao momento mais imediato de “chegada” ao assentamento, onde a organização interna e da produção tornam-se mais preeminentes, este trabalho analisou as formas de organização social e política de dois assentamentos rurais para compreender os fatores sociais e políticos que foram determinantes na definição das estratégias econômicas adotadas nos mesmos. Os assentamentos rurais pesquisados localizam-se no município de Baraúna, região oeste do estado do Rio Grande do Norte, no nordeste brasileiro. Nesta região diversos assentamentos criados na década de 90, desenvolvem a fruticultura irrigada como atividade econômica, e vêm adotando como estratégias de inserção no mercado a constituição de cooperativas agrícolas e a integração agroindustrial. Constatou-se nos diferentes momentos de constituição e consolidação dos assentamentos a presença de diferentes mediadores sociais, entendidos neste trabalho como instituições e movimentos sociais envolvidos no processo de organização dos trabalhadores rurais, tais como sindicatos, associações, instituições religiosas, organizações não- governamentais etc., que na maioria das vezes são externos ao assentamento e propiciam a emergência de formas de organização social, política e econômica específicas em cada contexto. Nos casos pesquisados compreende-se que a opção por determinada estratégia econômica ocorre num campo de forças, perpassado por interesses tanto dos assentados, quanto de tais mediadores, campo este que comporta muitas vezes disputas entre mediadores de diversos matizes ideológicas e que acabam reproduzindo os valores das entidades e organizações que representam, bem como, valores pessoais, que são transmitidos, principalmente, através das relações que são estabelecidas no cotidiano com os trabalhadores. Assim, os mediadores sociais influenciam na definição das estratégias econômicas a serem adotadas nos assentamentos, a partir do momento que disponibilizam aos assentados recursos técnicos, financeiros e simbólicos, na maioria das vezes, em conjunturas adversas. Percebeu-se, também, que muitas vezes os mediadores adequam seus discursos a públicos-alvo visando atingirem suas metas de atuação, definidas num plano amplo de ação das organizações e entidades das quais fazem parte, plano este que norteia a atuação de seus técnicos e assessores. |