Potencial de macrófitas para remoção de arsênio e atrazine em solução aquosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Guimarães, Fernanda Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática
Mestrado em Botânica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2575
Resumo: O potencial de três macrófitas aquáticas: Azolla caroliniana, Salvinia minima e Lemna gibba foi avaliado, neste estudo, visando a seleção de plantas para serem utilizadas na remediação de ambientes contaminados por arsênio (As) e atrazine. Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação, durante seis dias, em vasos contendo solução de Hoagland (¼ de força iônica), nas seguintes concentrações: 0,5; 2,5 e 5,0 mg L-1 de As e 0,01; 0,1; 1,0; 10,0 mg L-1 de atrazine. As três espécies apresentaram um maior acúmulo de As, à medida que houve aumento da concentração do metalóide em solução. Entretanto, foi constatada uma redução no ganho de massa fresca e seca, quando as plantas foram expostas a concentrações elevadas de As. As macrófitas demonstraram diferenças na eficiência de remoção de As em solução. Azolla caroliniana, S. minima e L. gibba acumularam em média 0,130; 0,20 e 1,397 mg gMS-1 de As, respectivamente, quando expostas a 5,0 mg L-1. Em solução com baixa concentração de fosfato, as macrófitas absorveram maior quantidade de As, visto que o fosfato e o As, na forma de arseniato, competem pelos mesmos sítios de absorção. Quanto maior a concentração de As nos tecidos de L. gibba menor os teores de clorofila total e carotenóides obtidos, constatado pela alta incidência de cloroses. Lemna gibba, também apresentou redução do tamanho das folhas. A presença de As não afetou a síntese de clorofila total e carotenóides em A. caroliniana. Essa espécie apresentou folhas arroxeadas, com elevada concentração de antocianinas, cuja presença sugere deficiência de fosfato. Em S. minima ocorreram necroses marginais, em folhas flutuantes da parte aérea, sendo as plantas capazes de reproduzir, liberando plantas-filhas, livres de qualquer sintoma visual. No estudo de atrazine, um herbicida inibidor do processo de fotossíntese, houve comprometimento do ganho de massa fresca e seca nas três macrófitas estudadas, o que causou a morte das plantas. A ocorrência de cloroses e necroses, observadas nas plantas, demonstrou a sensibilidade das três espécies ao herbicida. Estas apresentaram baixo potencial de remoção de atrazine, quando expostas a baixas concentrações do herbicida. Porém, na concentração de 10,0 mg L-1 de atrazine, onde houve indução da morte das plantas, L. gibba e A. caroliniana demonstraram potencial para remover o herbicida da solução (0,016 e 0,018 mg gMF-1, respectivamente). Este fato, provavelmente, está relacionado a processos de adsorção da atrazine à matéria morta. A quantidade percentual de As e atrazine removidos da solução, pelas plantas estudadas, reduziu quando as plantas foram expostas a altas concentrações dos poluentes. O uso destas espécies na remediação de ambientes aquáticos mostrou ser limitado requerendo investigações mais profundas. Das três espécies estudadas, L. gibba foi a única macrófita que pode ser considerada hiperacumuladora de As, enquanto A. caroliniana, S. minima e L. gibba não foram eficientes na remoção do herbicida atrazine da solução.