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Evaporação no lago de Sobradinho e disponibilidade hídrica no rio São Francisco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Pereira, Silvio Bueno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9701
Resumo: A bacia do São Francisco está compreendida entre as latitudes 7o 00’ e 21o 00’ S e as longitudes 35o 00’ e 47o 40’ W, estendendo-se pelos Estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, além do Distrito Federal. Da nascente, na serra da Canastra, até a foz, no oceano Atlântico, o rio São Francisco percorre aproximadamente 2.700 km, drenando uma área de 639.219 km 2 , que representa 7,5% do território nacional. As águas do rio São Francisco cortam a região do polígono das secas, sendo vitais para a sustentabilidade e desenvolvimento dos municípios situados na bacia. Em virtude de o rio São Francisco representar um importante indutor do desenvolvimento dos diversos estados por ele banhados, o conhecimento do seu comportamento hidrológico é de suma importância para subsidiar a tomada de decisões na gestão de recursos hídricos, uma vez que permitirá conhecer a disponibilidade deste recurso, possibilitando identificar as áreas em que este é ou poderá a vir se tornar escasso, consistindo, portanto, um importante subsídio para a gestão de recursos hídricos. Dois sérios problemas existentes na gestão de recursos hídricos são relacionados às freqüentes inconsistências observadas nas vazões calculadas a partir de séries históricas, as quais são representadas por reduções expressivas nas vazões com o aumento da área de drenagem; e às perdas de água por evaporação nos reservatórios de regularização, fazendo com que estimativas confiáveis de evaporação nos reservatórios sejam essenciais tanto no planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos quanto em estudos de impacto ambiental. Com base nesse enfoque, o presente trabalho teve como objetivos analisar o comportamento hidrológico do rio São Francisco e seus principais afluentes; desenvolver procedimento de ajuste das vazões média e mínima ao longo do rio São Francisco, visando à correção de distorções existentes nas séries históricas; e estimar a evaporação líquida no reservatório de Sobradinho, por meio da metodologia do tanque Classe A e dos modelos Linacre, Kohler et al. e CRLE. Para realização do estudo, analisaram-se os dados hidrológicos anuais pertinentes à precipitação média, a vazão média, a vazão mínima (Q 7,10 e Q 95% ) e o coeficiente de deságüe ao longo do rio São Francisco. Com base na análise dos dados disponíveis e do estudo de estacionariedade, optou-se por selecionar os períodos-base de 1950 a 1976 e 1979 a 2000. Para o cálculo da precipitação média na área de drenagem correspondente a cada uma das estações fluviométricas, foi utilizado o método do Polígono de Thiessen. Conhecidas a precipitação média, a vazão média anual e a área de drenagem de cada um dos afluentes estudados, calculou-se a proporção de contribuição dos seguintes afluentes: Pará, Paraopeba, Abaeté, Velhas, Paracatu, Urucuia, Pandeiros, Verde Grande, Carinhanha, Corrente e Grande. Para a correção de comportamentos atípicos ao longo do rio São Francisco, procedeu-se ao ajuste de equações de regressão às séries de dados de cada estação fluviométrica. O cálculo da evaporação no reservatório de Sobradinho foi realizado pelos modelos do tanque Classe A (com coeficiente de tanque de 0,6), Linacre, Kohler et al. e Complementary Relationship Lake Evaporation (CRLE), sendo a evaporação líquida obtida pela diferença entre a evaporação do reservatório e a evapotranspiração real antes da formação do lago. Os resultados permitiram constatar que: a) as variáveis hidrológicas estudadas (precipitação, vazão média, vazão mínima e coeficiente de deságüe) apresentaram valores médios no período de 1979 a 2000 superiores aos de 1950 a 1976; b) as precipitações e as vazões específicas médias anuais de longa duração diminuíram da nascente para a foz do São Francisco; c) as áreas de drenagem dos afluentes Pará, Paraopeba, Abaeté, Velhas, Paracatu, Urucuia, Pandeiros, Verde Grande, Carinhanha, Corrente e Grande, que representavam 46,3% da área da bacia do São Francisco, contribuíam com 81% da sua vazão; d) a sub-bacia do rio Verde Grande foi a única com precipitação e vazão específica inferiores às médias da bacia do São Francisco; e) as sub-bacias que apresentavam as maiores contribuições para a formação da vazão do São Francisco foram as dos rios Paracatu, Grande e Velhas; f) o procedimento desenvolvido para a compensação de comportamentos atípicos ao longo do rio São Francisco apresentou bom potencial de utilização não só pelo ótimo ajuste obtido das equações propostas, mas também pelo fato de consistir uma boa alternativa em estudos relativos à concessão de outorga para uso de água; g) os valores obtidos pelo modelo Kohler et al. podem ser utilizados como base de referência para a estimativa da evaporação média anual do lago de Sobradinho; h) o coeficiente de tanque que melhor representou a variação sazonal de evaporação no lago de Sobradinho foi 0,57; i) o modelo CRLE foi o que apresentou maior discrepância em relação aos demais; e i) a vazão média anual correspondente à evaporação líquida do reservatório de Sobradinho era de 132 m 3 s -1 .