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Lepidópteros associados a plantios de eucalipto na região amazônica do Brasil:diversidade alfa e beta e impacto de fatores ambientais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Santos, Germi Porto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Doutorado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/894
Resumo: Os dados foram obtidos de levantamento da entomofauna de Lepidoptera em plantios de Eucalyptus urophylla em quatro localidades nos municípios de Almerim e Laranjal do Jari, nos estados do Pará e Amapá, respectivamente. As coletas foram realizadas, quinzenalmente, de setembro de 1992 a agosto de 1997, utilizando-se armadilhas luminosas, acionadas das 18 h às 6 h horas. Foi avaliada a fauna de Lepidoptera das espécies pragas primárias, secundárias e espécies sem importância definida para a eucaliptocultura. Coletaram-se 324, 347, 330 e 304 espécies, respectivamente em Ponte Maria, Pacanari, Caracuru e Felipe e 31.857 indivíduos, sendo 13.865 do grupo das pragas primárias, 1.590 das pragas secundárias e 16.402 das espécies sem importância definida para a eucaliptocultura, durante os cinco anos. As primárias foram representadas por quatro famílias e 10 espécies: Arctiidae (Eupseudosoma aberrans e Eupseudosoma involuta), Geometridae (Glena sp., Oxydia vesulia, Stenalcidia grosica e Thyrinteina arnobia), Lymantriidae (Sarsina violascens) e Saturniidae (Misogada blerula, Nystalea nyseus e Psorocampa denticulata) e as secundárias, por seis famílias e nove espécies: Amatidae (Cosmosoma auge), Arctiidae (Idalus admirabilis), Eucleidae (Phobehron hypparchia), Megalopygidae (Megalopyge albicollis), Mimallonidae (Mimallo amilia) e Saturniidae (Automeris illustris, Eacles ducalis, Eacles imperialis magnifica e Dirphia rosacordis). O valor médio estimado para a riqueza de espécies, calculado pelo procedimento Jackknife mostrou que não houve diferença entre pragas primárias e secundárias entre locais, com o intervalo de confiança a 95%. As curvas de acumulação de espécies das pragas primárias e secundárias mostraram nítida estabilidade a partir de determinado tempo para cada grupo nas diferentes regiões, indicando que a metodologia utilizada no monitoramento foi adequada, pois a dinâmica populacional de pragas primárias e secundárias foi semelhante entre os locais amostrados. O esforço amostral na avaliação da riqueza de espécies e o monitoramento da flutuação populacional podem ser racionalizados, otimizando custos operacionais de monitoramento. A diversidade beta entre locais para as pragas primárias foi nula, baixa e igual para as pragas secundárias entre Ponte Maria, Pacanari e Caracuru e diferente entre estas e Felipe. As espécies sem importância definida para a eucaliptocultura apresentaram maior diversidade beta entre locais, possivelmente, pelas maiores diferenças na riqueza de espécies para esse grupo, sendo que Felipe apresentou a maior dissimilaridade. T. arnobia e S. grosica foram as espécies mais importantes nas quatro localidades, com as maiores freqüências e abundâncias, principalmente, nos dois últimos anos, representando 78,21% de indivíduos coletados das pragas primárias. No entanto, T. arnobia, considerada a praga mais importante para a eucaliptocultura brasileira foi, na maioria dos anos, catalogada como acidental e S. grosica como acessória, em todos os locais. T. arnobia apresentou correlação negativa com a precipitação pluviométrica, somente, em Ponte Maria e S. grosica correlação positiva na maioria dos locais, em períodos que antecederam à coleta. As pragas secundárias, individualmente, apresentaram baixa associação com fatores climáticos. Todavia, no conjunto, houve correlação positiva com precipitação pluviométrica na maioria dos períodos que antecederam a coleta e no mês da coleta. A associação entre a idade da planta e a abundância mostrou que as pragas secundárias são mais abundantes em povoamentos mais jovens. A distância entre os povoamentos de eucalipto e a reserva de mata nativa afetou a abundância de indivíduos. Felipe e Ponte Maria que distam, respectivamente, 800 e 2600 m da reserva de mata nativa, apresentaram menor número de indivíduos das pragas primárias. Nestes locais, arnobia e S. grosica participaram, respectivamente, com 7,28 e 7,32 % do total de indivíduos de todas pragas primárias. Apesar da distância de 50 quilômetros entre os locais amostrados, praticamente, não houve variação qualitativa na entomofauna de Lepidoptera. Isto foi, possivelmente, devida à semelhança entre as áreas avaliadas quanto aos fatores edafoclimáticos, vegetação natural e altitude. A metodologia amostral utilizada foi adequada ao propósito do estudo e permitirá traçar estratégias de manejo das pragas em épocas oportunas, além de diminuir custos operacionais e propiciar maior objetividade ao monitoramento.