Memórias de um burgo velho: discursos patrimoniais, referenciais estéticos e a reconstrução da “paisagem histórica” na implementação dos albergues difusos na comuna de Santo Stefano di Sessanio, Itália (1999 – 2009)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, William Lopes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/26995
Resumo: Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a agitação que descreve os centros urbanos maiores, acentuada por problemas típicos de tráfego e poluição, vem intensificando uma “sensibilidade” pela cultura e paisagens rurais. Diante deste contexto que a Itália, assim como outros países europeus, tem buscado uma série de alternativas pautadas na promoção de localidades menores frente ao glamour que gravita em torno de cidades consagradas no cenário turístico mundial. Um dos exemplos mais notórios do país é o da comuna de Santo Stefano di Sessanio, localizada na região do Abruzzo, que fora um importante núcleo agrícola quando, face à crise de modernização italiana, passa a enfrentar sucessivos episódios de recuo demográfico. Por isso que, associada à conjuntura de se encravar dentro de um parque nacional, a localidade conseguiu manter preservados sua arquitetura e urbanismo que remontam à era medieval, o que tem contribuído a um leque de interesses pela tutela de sua paisagem. Neste sentido que no fim dos anos 1990, momento em que o município contava com pouco menos de 100 habitantes, um jovem empresário ítalo-sueco decide adquirir antigas construções locais e restaurá-las, criando uma rede de albergues difusos. Trata-se de uma proposta de hospedagem não propriamente em um único edifício, mas por entre outros espalhados em um mesmo território, como um bairro ou centro histórico, no intento de produzir uma experiência turística mais imersiva. Para alcançar o escopo de reproduzir fidedignamente utensílios domésticos e elementos de mobiliário urbano que datam especialmente ao fim do século XIX e início do século XX, criando assim uma atmosfera “nostálgica” que caracteriza o lugarejo, foi necessária a mobilização de uma série de memórias, que se materializavam em objetos disponíveis em museus regionais e também em antigas fotografias locais, no esforço de extrair informações que pudessem alimentar o teor alegórico das obras. Deste modo, esta pesquisa se volta à uma análise do processo de implementação dos albergues difusos em Santo Stefano di Sessanio, analisando alguns episódios, ou narrativas, que culminaram no delineamento de sua “paisagem histórica” tal qual se apresenta hoje, na condição estratégica de patrimônio de forte apelo estético, bem como de ferramenta à gestão territorial.