Secreção de prostaglandinas antes, durante e após a luteólise em bovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Pugliesi, Guilherme
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul
Doutorado em Zootecnia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1800
Resumo: O presente estudo foi elaborado com o objetivo de avaliar o papel da secreção de prostaglandina F2&#945; (PGF2&#945;) antes, durante e após o período luteolítico na regressão funcional e estrutural do corpo lúteo (CL) em novilhas; elucidar os efeitos do estradiol-17&#946; (E2) em diferentes níveis fisiológicos na secreção de PGF2&#945; e indução da luteólise; e estudar os efeitos da inibição das prostagladinas no período pós-luteolítico sobre o crescimento folicular e ovulação. Foram realizados quatro estudos sequenciais, sendo o primeiro estudo (Estudo 1) composto por dois experimentos e os demais estudos (Estudos 2, 3 e 4) compostos por um experimento cada. No Estudo 1 objetivou-se avaliar os efeitos da inibição da síntese de PGF2&#945; durante os períodos de pré-luteólise e luteólise, baseando-se na mensuração da concentração plasmática do metabólito da PGF2&#945; (PGFM). Para isto, no Experimento 1, flunexine meglumine (FM) foi administrado em diferentes doses (0, 0,5, 1,0 ou 1,5 g) em novilhas (n = 4/grupo) no 16º dia pós-ovulação para se determinar a dose mínima eficaz para inibir a síntese de PGF2&#945; no período esperado da luteólise espontânea. A dose de 1,5 g, que correspondeu em média 2,5 mg/kg de peso vivo, foi mais eficaz em reduzir as concentrações de PGFM comparada as demais doses. Assim, no Experimento 2, FM (2,5 mg/kg) foi administrado a cada 8 horas por 24 horas (primeiro tratamento = Hora 0 no 15º dia pós-ovulação). Amostras de sangue foram colhidas em intervalos de 8 horas do 15º ao 18º dia pós-ovulação em um grupo veículo (controle) e um grupo tratado com FM (n = 16/grupo). Adicionalmente, amostras de sangue foram colhidas de hora em hora da Hora &#8722;2 a 28 em 10 novilhas de cada grupo. As novilhas foram subdivididas naquelas que estavam em pré-luteólise e luteólise na Hora 0 baseado nas concentrações plasmáticas de progesterona (P4) realizadas de 8 em 8 horas. As concentrações de PGFM foram reduzidas (P < 0,05) pelo tratamento com FM em cada subgrupo. Para o subgrupo pré-luteolítico, o primeiro decréscimo (P < 0,05) nas concentrações de P4 ocorreu, respectivamente, nas Horas 24 e 40 nos grupos veículo e FM. As concentrações de P4, 32 e 40 horas após o início da luteólise no subgrupo luteolítico foram maiores (P < 0,05) no grupo FM. As concentrações de PGFM no pico do pulso de PGFM no grupo FM foram maiores (P < 0,05) no subgrupo luteolítico do que no subgrupo pré-luteolítico. No segundo estudo (Estudo 2), objetivou-se estudar o efeito da concentração de E2 na proeminência dos pulsos de PGFM e sua relação com as concentrações de P4, hormônio luteinizante (LH), e fluxo sanguíneo luteal em novilhas em pré-luteólise. Para isto, uma única dose de 0 (veículo), 0,01, 0,05, ou 0,1 mg de E2 foi administrado (n=6/grupo) 14 dias pós-ovulação. Amostras de sangue foram colhidas e o fluxo sanguíneo luteal estimado de hora em hora por 10 horas logo após o tratamento. A dose de 0,05 mg resultou em um aumento intermediário e a dose de 0,1-mg promoveu um aumento mais pronunciado no pulso de PGFM, comparado com as doses de 0,0 e 0,01 mg. Todos os pulsos de PGFM foram agrupados e subdivididos em três diferentes categorias de proeminência (< 50, 50&#8722;150, e > 150 pg/mL no pico do pulso). Na categoria de 50 150, a concentração de P4 aumentou (P < 0,05) no pico do pulso de PGFM. Na categoria >150, a concentração de P4 reduziu (P < 0,05) no pico dos pulsos de PGFM, a de LH aumentou (P < 0,05) após uma hora do pico, e o fluxo sanguíneo luteal aparentemente reduziu (P < 0,05) 2 h após o pico de PGFM. Os resultados suportaram as seguintes hipóteses: 1) um aumento nas concentrações de E2 eleva a proeminência do pulso de PGFM, e 2) a maior proeminência do pulso de PGFM é associado com maior depressão de P4 no pico do pulso de PGFM. Adicionalmente, a dimensão do efeito da PGF2&#945; no aumento das concentrações de LH e nas mudanças do fluxo sanguíneo luteal dentro das horas de um pulso de PGFM foi positivamente relacionada com a proeminência do pulso de PGFM. No estudo subsequente (Estudo 3), objetivou-se elucidar os efeitos da indução sequencial de pulsos de PGFM pelo tratamento com E2 sobre a proeminência dos pulsos de PGFM e na indução da luteólise. Três tratamentos com veículo (n = 12) ou E2 (n = 12) nas doses de 0,05 mg ou 0,1 mg foram administrados em intervalos de 12 horas, iniciando-se no 15º dia pós-ovulação. Amostras de sangue foram colhidas a cada 12 horas entre o 13º e o 24º dia pós-ovulação, e de hora em hora por um período de 12 horas após o primeiro e o terceiro tratamentos. No dia 15 pós-ovulação, todas as novilhas estavam em fase de pré-luteólise e no dia 16 estavam em préluteólise no grupo administrado veículo (n =11) e em pré-luteólise (n = 4) ou luteólise (n = 8) no grupo tratado com E2. A concentração de PGFM no pico dos pulsos de PGFM induzidos durante o período de pré-luteólise no 15º dia pós-ovulação foi maior (P < 0,04) do que dos pulsos de PGFM pré-luteolíticos no 16º dia pós-ovulação. O intervalo da ovulação até o início da luteólise foi reduzido (P < 0,05) nas novilhas tratadas com E2 quando comparado as demais novilhas não tratadas (veículo). O pulso de PGFM induzido pelo E2 foi menos proeminente (P < 0,008) nas novilhas que apresentaram resurgência transitória das concentrações de P4 do que nas novilhas que apresentaram um decréscimo progressivo da P4. A hipótese que a exposição repetida ao E2 estimula o aumento da proeminência dos pulsos de PGFM não foi suportada. Ao contrário, a exposição repetida reduziu a proeminência dos pulsos de PGFM em contraste ao estímullo promovido após o primeiro tratamento. Estes resultados indicaram pela primeira vez que a redução na proeminência dos pulsos de PGF2&#945; durante a luteólise pode resultar em resurgimento transitório na concentração de P4. No Estudo 4, objetivou-se avaliar os efeitos da inibição da síntese de prostaglandinas durante a pós-luteólise na regressão do CL, secreção de prolactina (PRL), e crescimento folicular e ovulação em novilhas. O início da pós-luteólise (P4 < 1 ng/mL) foi identificado e definido como 8 horas após a detecção pela ultrassonografia de 25% de redução na área (cm2) do CL, e foi assim designado Hora 0. Foi administrado via intramuscular FM (2,5 mg/kg; n = 10) para inibir a secreção de PGF2&#945; ou veículo (n = 9) nas Horas 0, 4, 8, 16, 24, 32, e 40. Foi realizado amostragem sanguínea e mensuração do CL e do folículo dominante a cada 8 horas iniciando no 14º dia pós-ovulação. Amostras de sangue foram também colhidas de hora em hora por 24 horas iniciando na Hora 0 para detecção dos pulsos de PRL e PGFM. As concentrações nos pulsos de PGFM e PRL foram inferiores no grupo FM comparado ao grupo veículo. A concentração de PRL foi maior no pico do pulso de PGFM do que nas demais horas do pulso. Tanto a área do CL quanto a concentração de P4 não diferiram entre os grupos durante as Horas 0 a 48 (pós-luteólise). A ovulação ocorreu em nove de nove novilhas no grupo veículo e em três de 10 novilhas do grupo FM. Os folículos anovulatórios no grupo FM cresceram até 36,2 ± 2,9 mm, e a parede folicular se apresentou espessada em decorrência de aparente luteinização. A hipótese que a PGF2&#945; estava envolvida na redução continua da secreção de P4 e na regressão estrutural do CL durante a pós-luteólise não foi suportada. As hipóteses que os pulsos de PGFM e PRL estavam temporariamente relacionados e que o tratamento com FM sistêmico induziu a formação de folículos anovulatórios foram suportadas.