Estado nutricional e condições de saúde dos idosos residentes no município de Viçosa - MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Nascimento, Clarissa de Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2726
Resumo: O estado nutricional interfere no contexto do envelhecimento da população. A avaliação das condições de saúde dos idosos é importante para se estabelecer relações entre a capacidade funcional, morbidade e o estado nutricional. Nesse contexto, o presente estudo objetivou avaliar o estado nutricional e as condições de saúde de idosos residentes no Município de Viçosa (MG). Realizou-se estudo seccional, em amostra aleatória simples de 621 idosos com 60 anos ou mais residentes no município de Viçosa (MG), em 2009. As entrevistas foram domiciliares e aplicou-se um questionário contendo informações sociodemográficas e de condições de saúde. Aferiu-se o peso, altura e perímetro da cintura (PC) e calculou-se o Índice de Massa Corporal (IMC); este classificado de acordo com os pontos de corte propostos por Lipschitz (1994). Para classificação do PC utilizou-se os pontos de cortes propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (1998). A capacidade funcional foi avaliada através de dificuldade ou necessidade de ajuda para realizar as Atividades da Vida Diária (AVD) e as Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) de acordo com as escalas de Katz et al. (1963) e Lawton e Brody (1969), respectivamente. Estimou-se as prevalências de baixo peso, excesso de peso e capacidade funcional inadequada e sua associação com fatores sociodemográficos e de condições de saúde selecionados. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa. Dos participantes 53,3% (n=331) eram do sexo feminino, a mediana da idade foi de 69 anos (60 a 98 anos). A prevalência de excesso de peso foi de 39,9% e maior nas mulheres (p <0,001) e apresentou para ambos os gêneros tendência de diminuição com a idade, mas essa redução foi significante apenas nas idosas (p=0,03). O excesso de peso se associou positivamente ao gênero feminino e história de artrite/ artrose e negativamente com o tabagismo e idade maior ou igual a 80 anos. O baixo peso foi maior no gênero masculino (18,2%), aumentou com o avanço da idade e associou-se com a pior percepção da saúde. Com relação a capacidade funcional inadequada, esta apresentou prevalência de 16,2%. Com o envelhecimento observou- se tendência de aumento da inadequação da capacidade funcional nos homens (p=0,003) e nas mulheres (p<0,001). Os fatores independentemente associados à capacidade funcional inadequada foram idade de 80 anos ou mais, pior percepção da saúde, restrição das atividades habituais por motivo de saúde, inatividade física e história de cinco ou mais doenças. Na associação entre IMC e PC com capacidade funcional inadequada encontrou-se que nos homens, o excesso de peso foi associado de forma positiva e significante com as atividades de vida diária (AVD) (OR=2,6, IC 95%: 1,2-6,0) e o maior PC foi associado de forma positiva e significante com as AVD (OR=2,2, IC 95%: 1,1-4,3). Para as mulheres o PC não se associou a capacidade funcional inadequada, mas o excesso de peso foi associado a capacidade funcional inadequada somente quando ajustado para variáveis sociodemográficas. Diante desses resultados, os idosos do município de Viçosa apresentam elevada prevalência de excesso de peso. A capacidade funcional inadequada aumentou com o envelhecimento em ambos os gêneros e apresentou maior prevalência nas mulheres. Assim, atenção deve ser dada aos idosos com alteração no estado nutricional e com incapacidade funcional, pois estes são mais propensos às doenças crônicas, e essa relação por sua vez compromete a qualidade de vida deste grupo etário.