Remoção de sementes por formigas: efeito do tamanho da semente, hábitat e riqueza de espécies
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Ciência entomológica; Tecnologia entomológica Mestrado em Entomologia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3970 |
Resumo: | As formigas são um dos grupos de animais mais importantes como dispersores de sementes. A remoção de sementes por formigas parece ser influenciada por quatro fatores: tamanho de diásporos, tipo de ambiente, riqueza de espécies de formigas e existência de espécies-chave de formigas. O objetivo do presente trabalho foi testar as seguintes hipóteses: 1) há mais remoção de sementes pequenas do que grandes tanto em Cerrado quanto em Mata Atlântica; 2) a taxa de remoção de sementes por formigas é maior em Cerrado do que em Mata Atlântica; 3) a frequência de eventos de remoção de sementes relaciona-se positivamente à riqueza de espécies de formigas nas duas formações; 4) no Cerrado, a remoção de sementes é aumentada pela presença de espécies-chave, ao contrário da Floresta, onde estas não devem ocorrer. O trabalho foi realizado em um fragmento de Cerrado e um de Floresta Atlântica, ambos em áreas particulares, situados na microrregião de São João Del Rei, MG, onde foram amostradas as comunidades de formigas e feitos experimentos de remoção utilizando-se sementes artificiais. Como resultados foram encontrados: 1) no Cerrado, a remoção de sementes pequenas foi maior do que a de sementes grandes, ao passo que na Floresta não houve diferença com relação ao tamanho da semente; 2) a remoção de sementes diferiu entre os ambientes apenas para as sementes pequenas, sendo maior sua remoção no Cerrado; 3) não houve correlação entre remoção de sementes e riqueza de formigas em nenhum dos dois ambientes, ao contrário do esperado; 4) conforme esperado, houve espécies-chave no Cerrado e não na Floresta. Ocorreram 13 espécies de formigas removedoras no Cerrado e oito na Floresta. Na Floresta, ao contrário do Cerrado, havia mais espécies que exploravam as sementes no local em vez de removê-las. Essas diferenças entre números de espécies removedoras nos dois ambientes, comportamento das formigas junto às sementes e a presença de espécies-chave no Cerrado podem ter sido determinantes das diferenças entre os padrões de remoção encontrados. As espécies-chave foram duas: uma delas, específica para sementes pequenas (Pheidole oxyops) e a outra, para as grandes (Atta laevigata). Ambos os gêneros possuem características morfológicas e comportamentais que lhes possibilitam a eficiência como dispersores-chave de diásporos de diferentes tamanhos. Conclui-se para os fragmentos de Floresta e Cerrado estudados que a dispersão de sementes por formigas é um fenômeno não influenciado pela riqueza de espécies das dispersoras, mas em Floresta Atlântica é um mutualismo totalmente difuso, enquanto no Cerrado a relação mutualística, apesar de também difusa, é marcada pela presença de espécies mais representativas na interação. O papel das variáveis tipo de ambiente e tamanho do diásporo é, pelo menos em parte, corroborado neste trabalho. |