Restabelecimento e sucessão nas interações entre formigas-plantas extranectaríferas em uma área de cerrado no pós-fogo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pezzonia, José Henrique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59131/tde-27042023-093337/
Resumo: Insetos e plantas apresentam interações ecológicas antigas e de grande importância, que vão das antagônicas como a herbivoria, às mutualistas como a dispersão de sementes e polinização. Essas interações estruturam as cadeias tróficas e redes ecológicas em quase todos os ambientes terrestres. O Cerrado possui diferentes fitofisionomias e a maior biodiversidade entre todas as savanas. Atualmente restam cerca de 8% de sua área preservada, sendo as ações antrópicas por meio do avanço da agricultura, cidades ou uso intensivo do fogo, os principais fatores de destruição desse bioma. No entanto, são poucos os estudos sobre como o restabelecimento das interações entre plantas e animais ocorrem após impactos antropogênicos neste ecossistema. Interações formigas-plantas são profícuas no Cerrado e representam um importante modelo para entendermos melhor a resiliência das interações ecológicas pós-fogo nesse ambiente. Desse modo, o objetivo deste estudo foi avaliar as interações plantas-formigas, particularmente de plantas com nectários extraflorais em uma área de reserva de Cerrado após fogo intenso. O estudo foi desenvolvido no município de Uberlândia-MG, na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), do Clube de Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU). O trabalho foi realizado em áreas de Cerrado sensu strictu, nas quais foram levantadas e identificadas o número de espécies de plantas extranectaríferas e formigas associadas durante o período de um ano, imediatamente pós fogo (outubro de 2021 a outubro de 2022). Os resultados mostraram que espécies arbustivas de Malpighiacea foram as primeiras plantas a rebrotar de forma abundante no pós-fogo, destacando-se Banisteriopsis malifolia. Esses arbustos foram seguidos por espécies de Vochysiaceae, como Qualea multiflora e a Mimosaceae Stryphnodendron polyphyllum, que ajudaram a manter à comunidade de formigas. Em menos de seis meses 18 espécies de formigas (12 gêneros e 8 subfamílias) reestabeleceram as associações com as espécies de plantas extranectaríferas, demonstrando a resiliência das interações formigas-plantas no cerrado, mesmo com significativo impacto do fogo. Esse estudo faz parte do primeiro ano (de três previstos) de um estudo de longo prazo de acompanhamento da sucessão ecológica nas redes ecológicas de interações formigas-plantas em uma área de cerrado.