“Poesia em riste, a palavra insiste, a periferia existe”: Slam Akewí, presença, latência e afetos em comunicação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Déborah Médice
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/30613
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.643
Resumo: O presente trabalho busca investigar como as experiências estéticas no/do Slam Akewí (projeto de batalha de poesia falada de Viçosa e Ipatinga-MG) possibilitam processos educativos a partir de afetos em comunicação. A pesquisa busca a) refletir sobre experiências de produção e vivência no/do coletivo durante o período da pandemia de Covid-19; b) acompanhar os modos de aparência de experiências públicas do Slam, conduzindo um sarau científico-poético com poetas que participam do coletivo; e c) investigar o processo educacional que atravessa os encontros e vivências do coletivo de batalha de poesia falada, a partir de narrativas da experiência de participação no/do coletivo. Como metodologia, o projeto propõe uma pesquisa com os afetos (Moriceau, 2020) no/do espaço online produzido e mediado pelo projeto de poesia, a partir da investigação de materiais didáticos e literários ligados a ele e de memórias pessoais acerca das intervenções, eventos e acontecimentos realizados na cidade. O primeiro capítulo problematiza que, no meio das tantas incertezas, o Slam Akewí precisou se adaptar a plataformas digitais específicas, aprender mais sobre ferramentas e redes sociais que já utilizava. O ocupar os lugares foi intensamente atravessado pela tecnologia, que se mostrou um território, mesmo que tenhamos criado uma rua na internet também - nosso canto, nossa praça online - e que muitos afetos tenham sido movimentados. No segundo capítulo, ao abrir as gavetas do que as poesias trazem, do que todas as falas dos poetas guardam, o sarau científico-poético (uma tentativa de recriar um pouco do Slam nessa dissertação) foi uma forma de conduzir pontos importantes desde a presença dos corpos, as atmosferas latentes nos versos, a performatividade, o lugar da aparência, prestando atenção à oralidade e no diálogo por meio dos versos dos poetas com a noção de latência e atenção poética - da mesma maneira, o tensionamento do espaço público e da aparência, no movimento de ocupação coletiva que recria espaços de aparecimento assim como a importância da memória na composição da identidade e das experiências. Por fim, no terceiro capítulo, foi possível narrar o grito do Slam Akewí, este que marca momentos, indica que a poesia vai começar e é preciso fazer silêncio e prestar atenção. Nesse grito, há também transcritas algumas dimensões do coletivo: a poesia, a palavra, a insistência, a periferia e a afirmação da existência - enquanto uma manifestação cultural periférica, criada, produzida e voltada principalmente para a juventude negra e periférica, baseada na palavra falada e que possibilita um espaço mediado pela linguagem poética, principalmente no que tange à oralidade. Por fim, o Slam Akewí é tensionado enquanto experiência que se desdobrou em uma ocupação periódica das ruas, e que hoje pode ser não somente para quem faz, mas também para quem participa e frequenta, um outro espaço cultural: um lugar que refaz lugares, nos quais a educação se anuncia por afetos em comunicação. PALAVRAS-CHAVE: Experiência estética. Poetry Slam. Educação. Comunicação. Afetos.