Eu não sofri, eu bordei: uma análise do lazer e do voluntariado praticados em unidade hospitalar como estratégia de humanização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Donato, Simone Menezes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/23043
Resumo: As atividades de lazer, em alguns hospitais, têm ficado a cargo de voluntários, que passaram a ser grandes agentes propulsores de estímulos para uma qualidade de vida e bem estar, contribuindo para a humanização nestes ambientes. Nesse sentido, a proposta desta dissertação foi descrever e analisar as atividades de lazer e o voluntariado promovido pela Associação das Voluntárias da Santa Casa (AVOSC), na visão dos agentes receptores, doadores de tais práticas e agente administrativo inserido no ambiente hospitalar. A pesquisa realizada teve uma abordagem qualitativa e quantitativa, com maior predominância qualitativa, sendo realizada no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, localizado na capital do Estado de Minas Gerais. Os participantes desta pesquisa foram 56 clientes da saúde, três voluntárias e um representante da administração da referida instituição de saúde. Para coleta de dados foram utilizados a observação participante, entrevistas fundamentadas em um roteiro semiestruturado e documentos secundários, como o Estatuto da Associação das Voluntárias da Santa Casa (AVOSC) e o Manual da Voluntária elaborado pela Associação. A análise dos dados quantitativos foi realizada utilizando o método estatístico descritivo simples, e para os dados qualitativos foi utilizada a técnica Análise de Conteúdo na perspectiva de Bardin. Os resultados obtidos e as análises e discussões empreendidas confirmaram a hipótese que fundamentou toda pesquisa, de que as atividades de lazer, no ambiente hospitalar, durante o período de internação e/ou tratamento do cliente da saúde, são atividades benéficas para os agentes receptores e doadores dessa prática. As relações humanas estabelecidas diariamente no hospital são extremamente complexas e o voluntariado da AVOSC é um componente essencial para os trabalhos da instituição de saúde e para a propagação da humanização no ambiente, pois contribui para o resgate de valores, atitudes, iniciativas, motivações, espírito de solidariedade, amizade e empatia frente à dor do próximo. Nessa acepção, identificou-se que os clientes da saúde e acompanhantes se sentem acolhidos e valorizados pela atenção recebida durante a prática da laborterapia promovida pela AVOSC, resultando em bem estar e qualidade de vida. Além disso, constatou-se que estas atividades amenizavam a dor e o sofrimento dos clientes da saúde, e as voluntárias, ao desempenharem suas funções de promoção do lazer, sentiam um bem que consideravam ser maior do que a pessoa que recebe essa ação de solidariedade. Assim, pode-se dizer que a atividade de lazer é um fator de ressignificação do contexto hospitalar, tem um papel importante na promoção da saúde das pessoas que se encontram hospitalizadas ou em fase de tratamento sem internação. É fundamental sua implantação em instituições de saúde, partindo do princípio de que a saúde não é apenas sinônimo de ausência de doenças.