Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Soares de Lima Barbosa, Vilma |
Orientador(a): |
Henrique Novaes Martins de Albuquerque, Paulo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9564
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Resumo: |
Nesse estudo objetivamos explicar a complexidade do voluntariado à luz do sistema da dádiva. Isso nos levará a aprofundar como a crescente racionalização e instrumentalização do voluntariado vem influenciando duas organizações voluntárias NACC e o GACC -, que direcionam suas atividades para pacientes com câncer. Centrando a nossa discussão nos mecanismos institucionais e nas relações interpessoais entre os sujeitos voluntários, profissionais, público-alvo e gestores pretendemos explicitar como as organizações resolvem o dilema de se institucionalizarem, sem marginalizarem sua missão. Partimos da hipótese de que embora, o processo de profissionalização imponha suas lógicas neste setor, existe uma demanda por criação de vínculos e valorização da pessoa, tão necessária quanto à sustentabilidade financeira das organizações. A nossa pesquisa caracteriza-se como analítica e de aporte qualitativo, tendo como técnicas centrais a entrevista e a observação participante realizada nas instituições pesquisadas. Como ancore teórico-analítico associamos as discussões sobre a ação social e racionalidade elaboradas por Max Weber (2000); Habermas (1987) e Boaventura Santos (2009) ao circuito da dádiva na modernidade (Mauss, 1970; Caillé, 2002; Godbout, 1999; Martins, 2002). Nesta perspectiva, identificamos que as relações de dádiva estabelecidas no cotidiano entre os agentes impedem que as organizações priorizem a eficiência dos serviços e a burocratização das atividades em detrimento das relações de proximidade. Ao ultrapassarmos explicações reducionistas, identificamos a coexistência de lógicas distintas que caracteriza essas organizações como um espaço híbrido. Espaço, complexo e heterogêneo, em que a instrumentalização das ações e a formalização das relações, convivem com o caráter espontâneo e a informalidade dos vínculos, que marcam a origem das instituições pesquisadas. Os dados da pesquisa nos permitiram inferir que as instituições ao vislumbrar o paciente como um ser total , resgatando as relações de proximidade, e acolhendo as demandas simbólicas dos usuários, relevam a complexidade do adoecer. Isso significa que se exige doar-se ao outro não apenas em função dos resultados da ação, mas pelo compromisso e pela obrigação que assumiu com este, ainda que o paciente caminhe inexoravelmente para a morte. Com base nas constatações, concluímos que, o tratamento do câncer infantil humanizado exige formas associativas híbridas, nas quais a busca de procedimentos instrumentais administrativos e a contratação de profissionais especializados precisa se adequar a necessidade da qualidade humana dos vínculos |