Ocorrência, caracterização e inimigos naturais do broqueador Phoracantha semipunctata (Coleoptera: Cerambycidae) em eucalipto no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Ribeiro, Genésio Tâmara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11180
Resumo: O uso da madeira de eucalipto para outros fins além de celulose e carvão tem aumentado a importância das coleobrocas, destacando-se Phoracantha semipunctata (Fabricius, 1775) (Coleoptera: Cerambycidae). Esse inseto, originário da Austrália, tem causado danos em países da Europa, África, Ásia e das Américas. No Brasil, P. semipunctata foi citado, na década de 50, no Rio Grande do Sul, e sua presença foi confirmada na Bahia, em Minas Gerais e no Espírito Santo e Paraná, em várias espécies de eucalipto, indicando que essa praga deve estar presente na maioria das áreas onde se cultiva o eucalipto, no Brasil. Seus danos são caracterizados pela perfuração da madeira, o que reduz seu valor nos mercados interno e externo. Aspectos da biologia dessa praga foram avaliados em laboratório, onde a viabilidade de ovo a adulto foi de 39,5; 30,8; 25,1; e 25,0% em toras de Eucalyptus urophylla, Eucalyptus pellita, Eucalyptus grandis e em um eucalipto híbrido (E. urophylla e E. grandis), respectivamente. O ciclo biológico de P. semipunctata variou de 99 a 218 dias, dependendo da espécie de eucalipto, sendo mais curto em E. urophylla, com 50,0% dos adultos emergindo até os 113 dias (99 a 129 dias). Em campo, as posturas de P. semipunctata foram freqüentes durante todo o ano. Foram observados 27,69 ovos por postura (8 a 64), com período de incubação de 3,57 dias (2 a 7 dias) e emergência de adultos a partir de 60 dias da colonização das toras de eucalipto. Observou-se correlação negativa (P < 0,05) entre o número de posturas e a temperatura média, bem como correlação positiva (P < 0,05) entre o número de posturas e a precipitação pluvial. Áreas monitoradas na região do Litoral Norte da Bahia apresentaram elevados índices de árvores atacadas por P. semipunctata (até 92,5%), com danos maiores em plantações mais velhas, a partir dos oito anos. E. pellita, E. urophylla, E. grandis, Eucalyptus cloeziana e um eucalipto híbrido (E. urophylla e E. grandis) foram mais atacados. Levantamentos de inimigos naturais de P. semipunctata evidenciaram a presença de formigas do gênero Pheidole predando ovos, de fungos entomopatogênicos dos gêneros Beauveria e Hirsutella sobre larvas e adultos dessa broca e uma espécie de mosca e duas de vespas parasitando larvas desse coleóptero. As formigas, os fungos e a mosca são inimigos naturais ocasionais ou oportunistas, mas as vespas parasitóides de larvas Leluthia cf. e Liobracon sp. podem ser mais importantes como controladores naturais de P. semipunctata, pois apresentaram até 43,15% de parasitismo em toras com cinco meses após o corte, na região do Litoral Norte da Bahia. O monitoramento contínuo de danos no povoamento florestal, juntamente com outras ações como corte sanitário, planejamento da retirada da madeira cortada, manejo adequado da plantação e incentivo e busca de inimigos naturais, é importante para minimizar problemas com P. semipunctata, em áreas plantadas com eucalipto na região do Litoral Norte da Bahia e no Brasil.