Estudo sobre banco de sementes do solo e bolas de sementes, para restauração florestal em ambientes de mineração de bauxita, na Zona da Mata de Minas Gerais
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Ciência Florestal |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/32975 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.649 |
Resumo: | O presente estudo está organizado em dois capítulos. O primer capitulo teve como objetivo avaliar o uso de bolas de sementes com tecnosolo da mineração de bauxita como técnica complementar na restauração florestal. O experimento foi dividido em duas fases, sendo uma conduzida em ambiente controlado e outra em condições de campo. Na primeira fase, foi avaliado o uso de bolas de sementes com tecnosolo da mineração de bauxita, utilizando diferentes proporções de rejeito de bauxita e composto orgânico, além de combinações com e sem adubo NPK. Foram utilizados 6 tratamentos, com 6 bolas de sementes em cada um. Foram testadas quatro espécies arbóreas nativas regionais: duas classificadas como pioneiras (Senna macranthera e Enterolobium contortisiliquum) e duas como secundárias iniciais (Anadenanthera peregrina e Pterogyne nitens). As bolas de sementes foram mantidas no viveiro da Universidade Federal de Viçosa, onde foram monitoradas semanalmente quanto à germinação e ao crescimento até 190 dias após a implantação do experimento. Considerando os seis tratamentos, foram registradas 105 sementes germinadas o que representa 14,6% do total das sementes semeadas. Quanto às médias de germinação, os resultados revelaram diferenças significativas entre os tratamentos, indicando que os tratamentos T1 e T3 são estatisticamente superiores aos demais. A espécie E. contortisiliquum apresentou as melhores taxas de germinação e de crescimento. Além disso, as espécies pioneiras apresentaram médias de crescimento superiores nos tratamentos com adição de adubo. A segunda fase conduzida em condições de campo, onde avaliou-se a eficácia da técnica de bolas de sementes utilizando tecnosolo e sementes de diferentes tamanhos. Sendo os tratamentos: T1: Bolas de sementes grandes, T2: Bolas de sementes pequenas, T3: Semeadura direta com sementes grandes e o T4: semeadura direta com sementes pequenas. Foram consideradas como sementes pequenas aquelas com tamanho <0,5 cm (Senna macranthera, Cecropia hololeuca e Schinus terebinthifolia) e sementes grandes aquelas com tamanho > 0,5 cm, (Enterolobium contortisiliquum, Peltophorum dubium e Platypodium elegans). O Experimento foi instalado em uma área pós-mineração de bauxita, onde foi feito o plantio homogêneo de angico vermelho (Anadenanthera peregrina). Foram registradas 176 sementes germinadas após 150 dias da montagem do experimento. Quanto às médias de germinação, a análise mostrou que a germinação foi significativamente menor no tratamento T3. A técnica de bolas de sementes mostrou-se mais eficiente na germinação tanto de sementes com tamanhos maiores (T1) quanto de sementes com tamanhos menores (T2). Em contraste, a semeadura direta mostrou-se ser mais eficiente para sementes menores. As espécies E. contortisiliquum e S. terebinthifolia se destacaram com maiores taxas de germinação. Nesse contexto, a técnica de bolas de sementes utilizando tecnosolo com rejeito de bauxita é uma alternativa inovadora e promissora para impulsionar os processos de restauração florestal, principalmente em projetos de enriquecimento, ao mesmo tempo em que possibilita o aproveitamento do material residual da atividade mineradora e contribui para a gestão sustentável dos rejeitos de mineração de bauxita. O segundo capitulo teve como objetivo comparar a composição florística do banco de sementes do solo de uma área de compensação à mineração de bauxita, em relação à uma mata nativa secundária adjacente, pertencentes à Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), em Itamarati de Minas - MG. Foram definidos dois ambientes o primeiro uma área em processo de restauração florestal, onde foi feito plantio de mudas altas (PMA) e o segundo um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual secundária, como ecossistema de Referencia (ER). Em cada ambiente, foram coletadas 20 amostras de solo superficial (5cm), que foram transportadas para uma estufa (sombrite 50%), onde os indivíduos emergentes foram avaliados durante nove meses. No PMA foram registrados 1.404 indivíduos, 53 espécies e 23 famílias botânicas, com (H’) =2,687 e (J’) =0,671. Na área ER foram registrados 1.056 indivíduos, 33 espécies e 22 famílias, com (H’) =2,145 e (J’) =0,607. A composição florística dos bancos de semente do solo foi significativamente diferente, possivelmente devido aos diferentes estágios sucessionais das áreas. Em ambas áreas predominaram espécies pioneiras, herbáceas e de origem nativa. Foram registradas 5 espécies arbóreas em ER e 7 espécies arbóreas em PMA, das quais 3 espécies são compartilhadas nas áreas: Cecropia glaziovii, Solanum mauritianum e Trema micrantha. A presença dessas três espécies zoocóricas sugere que a fauna dispersora está contribuindo para a conectividade ecológica da paisagem por meio da dispersão de sementes. Tendo em vista que a restauração florestal é um processo dinâmico, sujeitos a alterações como mortalidade de mudas, invasão de espécies exóticas, entre outras, recomenda-se o monitoramento contínuo das áreas. Espera-se que com o avanço do processo sucessional as diferenças na composição florística dos bancos de sementes entre as áreas diminuam. Palavras-chave: Bioindicador; Enriquecimento; Sustentabilidade; Técnicas alternativas. |