Avaliação do escoamento superficial em áreas de mineração de bauxita na Zona da Mata de Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Spletozer, Aline Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/24205
Resumo: A mineração superficial contribui para o desenvolvimento econômico e social, mas altera as paisagens e os ecossistemas, podendo modificar os processos hidrológicos, como o escoamento superficial. A recuperação dessas áreas busca restabelecer os processos ecológicos e hidrológicos. Portanto, o monitoramento do escoamento superficial em áreas reabilitadas permite demonstrar a eficiência da reabilitação após a mineração. Este trabalho teve o objetivo de avaliar os efeitos da mineração de bauxita no escoamento superficial em minas de bauxita no sudeste de Minas Gerais, Brasil. No capítulo 1, o objetivo foi comparar o escoamento superficial de antes da mineração com o da reabilitação inicial, após mineração. Sete parcelas coletoras de escoamento superficial foram alocadas e monitoradas antes da mineração e durante a reabilitação inicial. Fatores físico-ambientais e antrópicos que interferem no escoamento superficial foram caracterizados nos dois períodos e submetidos à análise de componentes principais (ACP). O escoamento superficial diminuiu de 0,76 % (área de referência) para 0,30 % da precipitação na reabilitação inicial. A redução da inclinação do terreno e o aumento da rugosidade da superfície foram os fatores mais explicativos para a redução do escoamento superficial, pois, diminuem a velocidade e o volume das perdas de água. A densidade e o teor de silte do solo aumentaram e a porosidade total, macroporosidade e matéria orgânica diminuíram na reabilitação inicial. A resistência do solo foi igual até a profundidade de 30 cm e aumentou na reabilitação inicial nas demais profundidades. Alterações nas propriedades físicas do solo e a redução de matéria orgânica são explicadas pelo revolvimento e exposição dos horizontes superficiais do solo. As taxas de infiltração foram iguais devido à presença de fissuras e fendas no substrato da reabilitação inicial que se assemelha aos caminhos biológicos de antes da mineração. O capítulo 2 objetivou comparar o escoamento superficial gerado entre 2,5 e 3,5 anos de reabilitação, após mineração de bauxita. Outras sete parcelas foram instaladas em uma área já reabilitada e monitorada em dois períodos chuvosos de anos consecutivos: 2,5 e 3,5 anos de reabilitação. Os fatores físico-ambientais e antrópicos que interferem no escoamento superficial foram caracterizados nos dois períodos e submetidos à ACP. O coeficiente de escoamento superficial médio aos 2,5 anos foi 0,17% (±0,37%) da precipitação e igual (p-valor <0,05) ao da idade de 3,5 anos (0,12% ±0,26%) de reabilitação. Esses coeficientes de escoamento foram menores do que o de área de plantio de eucalipto sem mineração (0,56%) na região e na mesma faixa de declividade. O sucesso do estabelecimento da cobertura vegetal, já no primeiro período avaliado, explica os valores semelhantes de escoamento superficial. A área de projeção das copas, diâmetro dos fustes de eucalipto, a serapilheira acumulada e sua capacidade de retenção hídrica aumentaram de 2,5 para 3,5 anos de reabilitação devido ao crescimento e maior porte das árvores, que potencializa elevada produção e deposição de folhas no solo. As taxas e a capacidade de infiltração e os parâmetros físicos do solo foram pouco alterados entre os períodos, pois, as características físicas do solo demandam muitos anos para modificação. As propriedades do solo, topografia construída e característica das plantas após mineração reduziram o escoamento superficial na reabilitação inicial, e permaneceram menores que a área de referências nos anos de reabilitação subsequentes.