Deslocamentos pendulares e salários nas cidades médias brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Bráulio Luiz de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/19833
Resumo: A migração pendular, definida como o deslocamento diário para o trabalho em um município diferente daquele de residência, tem se tornado tendência cada vez mais presente nas cidades brasileiras, inclusive, nas cidades médias, que são aquelas que possuem entre 100.000 e 750.000 habitantes. Por isso, tem sido foco de diferentes estudos econômicos com vista ao entendimento de suas causas e consequências. Desta forma, neste trabalho objetiva-se: verificar as características individuais que determinam a probabilidade de deslocamento pendular nas cidades médias brasileiras; avaliar a hipótese de que esses trabalhadores tenham características que os tornam mais propensos aos deslocamentos e a obterem salários diferentes e; observar os efeitos nos salários dos indivíduos considerando os níveis individuais e regionais separadamente. Por meio dos métodos de Heckman (1979) e modelos hierárquicos, aplicados aos microdados do Censo Demográfico brasileiro de 2010 para as cidades médias, constatou-se a presença do viés de seleção positivo e a importância de se considerar os efeitos de níveis distintos na determinação dos salários. Em relação aos trabalhadores brasileiros das cidades médias, é possível dizer que as características não observáveis que aumentam a propensão ao deslocamento pendular, aumentam também os salários. Além disso, grande parte da dispersão salarial entre os indivíduos estão relacionadas às particularidades locais. Portanto, o resultado obtido por meio deste trabalho contribui para a literatura demonstrando que o perfil salarial dos trabalhadores pendulares nos centros intermediários assemelha aos encontrados nas regiões metropolitanas. Entre os resultados analisados, pode ser ressaltado o fato de que, considerando os dois métodos utilizados, tanto para as cidades médias quanto para os trabalhadores das cidades médias não metropolitanas, homens, brancos, com ensino superior, que já realizaram migração para outros municípios, residentes em regiões metropolitanas e pertencentes à região sudeste são mais propensos ao deslocamento pendular. Além disso, constatou-se a existência de viés de seleção positivo, indicando que tais trabalhadores possuem características que elevam seus salários médios. Conclui-se, portanto, que, não obstante aos resultados encontrados na literatura, há uma persistência das disparidades no rendimento médio dos trabalhadores brasileiros tomando como base os deslocamentos pendulares nas cidades médias. Por sua vez, fica evidente a necessidade de elaboração de políticas que contribuam para equalização das condições sociais no Brasil e que visem o aumento do bem-estar, sobretudo o investimento em infraestrutura, para beneficiar a mobilidade dos trabalhadores, considerando que a mobilidade pendular pode ser um instrumento para equilibro entre dois mercados distintos.