Características morfofisiológicas e acúmulo de forragem em capim-tanzânia (Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia) submetido a freqüências e intensidades de pastejo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Barbosa, Rodrigo Amorim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11285
Resumo: O Brasil possui oportunidades ímpares para a produção animal baseada em pastagens. Entretanto, a falta de conhecimento de características morfológicas e fisiológicas relacionadas com a produtividade das plantas forrageiras sob pastejo tem proporcionado avanços muito aquém do esperado. É de suma importância o conhecimento dos mecanismos de rebrotação do dossel forrageiro para que estratégias de desfolhação sejam identificadas com a finalidade de melhorar a eficiência de colheita da forragem produzida. O presente experimento foi conduzido na EMBRAPA – Gado de Corte, em Campo Grande, MS, durante o período de julho de 2003 a maio de 2004 e teve como objetivo avaliar as características morfofisiológicas e o acúmulo de forragem em pastos de capim- tanzânia submetido a combinações entre intensidades e freqüências de desfolhação. Os tratamentos corresponderam a combinações de duas condições de pós-pastejo (alturas de resíduo de 25 e 50 cm) e três condições de pré-pastejo (níveis de interceptação de luz – IL - de 90, 95 e 100%). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos ao acaso com três repetições em um arranjo fatorial 2x3. Foram avaliadas as alturas de pré e pós-pastejo, massa e acúmulo de forragem e as características morfogênicas e estruturais de perfilhos em diferentes idades. As avaliações foram realizadas logo após o pastejo e em intervalos variados de acordo com a época do ano sendo a cada 15 dias para o inverno e sete dias para as demais épocas do ano. As alturas de pré-pastejo se apresentaram de forma consistente durante todo o período experimental, girando em torno de 62, 71 e 85 cm para os níveis de IL de 90, 95 e 100% de IL, respectivamente. Os tratamentos de 90% de IL apresentaram maior número de ciclos de pastejo (6,5) em relação aos tratamentos de 95% (5,5) e 100% (4,5), resultado de períodos de descanso mais curtos. Essas diferenças provocaram mudanças na produção e composição morfológica da forragem, no acúmulo de MS total e de lâminas foliares e nas características morfogênicas e estruturais do pasto. O maior acúmulo de MS total (15.120 kg MS/ha) e de lâminas foliares (10.560 kg MS/ha) foi registrado para o tratamento de 25cm com 95% de IL. O acúmulo de lâminas foliares foi menor para os tratamentos com 100% de IL (7.330 kg MS/ha) em virtude da maior participação de colmos e material morto na massa de forragem acumulada. O maior acúmulo de colmos foi verificado nos tratamentos de 100% de IL, principalmente durante o outono. As características morfogênicas e estruturais foram fortemente influenciadas pela época do ano. A taxa de alongamento de folhas foi elevada (P<0,10) em 3,5 vezes do inverno para o verão. Além do efeito de época, também foi verificado efeito das freqüências de desfolhação sobre a densidade populacional de perfilhos, sendo o qual os tratamentos de 90% de IL apresentaram maiores valores, principalmente em relação aos tratamentos de 100% de IL. As características morfogênicas e estruturais também foram influenciadas pela idade dos perfilhos. Perfilhos velhos tiveram menores taxas de aparecimento e alongamento de folhas em relação a perfilhos novos e maduros, principalmente quando associados a altas freqüências de desfolhação. Foi registrado um padrão de renovação da população de perfilhos mais intenso para tratamentos com alta freqüência de desfolhação. A análise dos diagramas de estabilidade revelou que a população de perfilhos se apresentou instável somente durante o inverno. Em função dos elevados acúmulos de matéria seca total e de lâminas foliares os pastos de capim-tanzânia deveriam ser manejados com 95% de IL (altura de 70 cm) na entrada dos animais para o pastejo e saída com 25 cm de altura de resíduo.