Capacidade de indicadores antropométricos, bioquímicos e de composição corporal na predição de alterações nos níveis de PCRas e fibrinogênio em adultos do sexo masculino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Vidigal, Fernanda de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2716
Resumo: O presente estudo teve como objetivo avaliar a associação entre medidas antropométricas e de composição corporal, e parâmetros bioquímicos com as concentrações séricas dos marcadores inflamatórios proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as) e fibrinogênio em homens adultos. O estudo foi do tipo transversal, realizado no Setor de Nutrição da Divisão de Saúde da Universidade Federal de Viçosa, durante os meses de maio a novembro de 2008. Foram avaliados 130 indivíduos (20 a 59 anos), com aferição de peso, estatura, perímetros da cintura (PC), do quadril e da coxa, diâmetro abdominal sagital (DAS) e diâmetro coronal (DC). O PC (nível umbilical, ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela, menor perímetro entre o tórax e o quadril e ponto mais alto da crista ilíaca) e o DAS (nível umbilical, ponto de maior diâmetro abdominal, menor cintura entre o tórax e o quadril, ponto médio entre as cristas ilíacas) foram aferidos em quatro pontos anatômicos diferentes. A composição corporal foi avaliada por bioimpedância elétrica. Foram calculados e analisados diversos indicadores antropométricos e de composição corporal: indicadores de obesidade central (PC, DAS, DC, índice de conicidade (ICO) e relação cintura/ estatura), indicadores de obesidade geral (índice de massa corporal, percentual de gordura corporal e massa gorda em kg) e indicadores de distribuição de gordura corporal (relação cintura/ quadril, relação cintura/ coxa e índice sagital). Os parâmetros bioquímicos analisados foram hemograma completo, perfil lipídico (colesterol total e frações e triglicerídios), glicemia de jejum, ácido úrico e os marcadores inflamatórios PCR-as e fibrinogênio. As relações colesterol total/ HDL e LDL/ HDL foram calculadas. Considerou-se como ponto de corte para a PCR-as valores 0,12 mg/ dL e para o fibrinogênio utilizou-se o percentil 50 da amostra avaliada. A análise estatística constitui-se da análise de correlação intraclasse, teste t de Student, teste de Mann Whitney, análise de variância com o teste post-hoc de Tukey, teste de Kruskall-Wallis com o teste post-hoc de Dunn s, coeficientes de correlação de Spearman e Pearson e construção de curvas ROC (Receiver Operating Characteristic Curve). O PC aferido no menor perímetro entre o tórax e o quadril mostrou-se diferente dos demais pontos anatômicos de aferição, ao passo que o DAS foi semelhante para os quatro pontos avaliados. O PC e o DAS apresentaram elevada confiabilidade, com coeficientes de correlação intraclasse de 0,998 a 0,999 (p < 0,001). Dentre os pontos anatômicos avaliados, o PC aferido no menor perímetro entre o tórax e o quadril e o DAS aferido ao nível umbilical foram os locais de escolha para serem utilizados na predição do risco cardiovascular por meio de alterações nos níveis séricos de PCR-as e fibrinogênio. Entre os indicadores antropométricos e de composição corporal avaliados o DAS (área abaixo da curva ROC = 0,698 ± 0,049; p < 0,001) e o ICO (0,658 ± 0,048; p < 0,01) foram os mais indicados na avaliação do risco cardiovascular, uma vez que apresentaram maior capacidade em discriminar alterações nos níveis séricos de PCR-as e fibrinogênio, respectivamente. Os pontos de corte de 89,9 cm e 20,5 cm foram os que atingiram maior soma entre os valores de sensibilidade e especificidade para o PC e o DAS, respectivamente, apresentando portanto, maior acurácia na predição do risco cardiovascular por meio de alterações nos níveis séricos de PCR-as. Avaliando-se os indicadores bioquímicos tradicionais, verificou-se que o ácido úrico apresentou a melhor correlação (0,325; p < 0,01) e a maior área abaixo da curva ROC (0,704 ± 0,054; p < 0,001), evidenciando maior eficácia para predizer níveis elevados de PCR-as. Enquanto que, as relações colesterol total/ HDL (0,222; p < 0,05) e LDL/ HDL (0,235; p < 0,01) mostraram as melhores correlações e maiores áreas abaixo da curva ROC (0,624 ± 0,049 e 0,624 ± 0,049; p < 0,05) na avaliação de maiores níveis séricos de fibrinogênio. Sugere-se a utilização dos parâmetros antropométricos (DAS e ICO) e dos parâmetros bioquímicos (ácido úrico e relações colesterol total/ HDL e LDL/ HDL) na predição do risco cardiovascular, na prática clínica. Todavia, julga-se relevante a avaliação da eficiência dos indicadores antropométricos e de composição corporal, e dos parâmetros bioquímicos, avaliados neste estudo, em outros extratos populacionais e em ambos os sexos, uma vez que os mesmos podem apresentar comportamentos distintos dependo do sexo e da faixa etária considerada.