Agricultura urbana na cidade de Rio Branco, Acre: caracterização, espacialização e subsídios ao planejamento urbano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Carmo, Lúcio Flávio Zancanela do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Fertilidade do solo e nutrição de plantas; Gênese, Morfologia e Classificação, Mineralogia, Química,
Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/5545
Resumo: A rápida urbanização dos países subdesenvolvidos e o êxodo campocidade aumentaram a necessidade das cidades de prover emprego e condições de vida adequadas à crescente população. A agricultura urbana e periurbana (AUP) mostra-se como uma atividade viável para a melhoria da qualidade de vida das populações urbanas, principalmente das camadas mais pobres. Rio Branco, capital do estado do Acre, é uma cidade típica da Amazônia brasileira, situada na bacia do rio Acre, cuja formação foi atrelada ao crescimento da extração e comercialização da borracha. Rio Branco apresentou crescimento urbano e populacional acelerado nas ultimas décadas, resultando em falta de planejamento urbano e desigualdades na forma de ocupação dos espaços urbanos. O principal objetivo deste estudo foi elaborar um diagnóstico do uso dos solos na cidade de Rio Branco, com vista ao planejamento de ações públicas que incrementem ou restrinjam formas de uso e maximizem a renda familiar nas condições de solo e ambiente da cidade em estudo. Como hipótese, considerou-se que padrões distintos de uso agrícola do solo urbano em Rio Branco mostram estreita relação com o processo de ocupação da região, com variações culturais dos migrantes que ali se instalaram, e com os tipos de solos. Os solos do estado do Acre, bem como de Rio Branco, apresentam gênese influenciada por sedimentos da Cordilheira dos Andes, e a maior parte possui caráter eutrófico e argila de atividade alta. Foram selecionados três bairros de estudo, distribuídos em toposequência, ao longo do sítio urbano. Dentro de cada bairro selecionaram-se cinco pontos de amostragem, também em toposequência. Nos materiais de solos foram realizadas análises físicas, químicas, mineralógicas e de elementos-traços. Realizou-se o mapeamento de uso e cobertura do solo e das classes de solo, com posterior cruzamento destes mapas, para os três bairros estudados. O bairro de Placas, localizado na parte mais alta e com melhor drenagem, apresentou um parcelamento e uso do solo mais adequados que os bairros Jardim Primavera e Cidade Nova. Esse último bairro apresentou as piores condições de parcelamento e uso do solo, com poucas áreas de vegetação arbórea e grandes áreas impermeabilizadas e em solo exposto. De forma geral, todos os solos ao longo da seqüência altimétrica mostram-se eutróficos e ricos em nutrientes, com exceção de um ponto no bairro Jardim Primavera. Todas as classes de solo são influenciadas pelo lençol freático, ora de forma mais marcante, como nos solos gleicos e flúvicos, ora menos, como nos solos com plintita. Em geral, os solos não apresentaram restrições nutricionais, e mostraram-se aptos ao cultivo agrícola. Em muitos dos pontos amostrados constatou-se aportes antropogênicos, com teores anômalos de P, K, Ca, Mg e alguns micronutrientes, como Fe, Zn e Cu, além da presença de entulhos e dejetos. As maiores restrições ao uso agrícola dos solos urbanos estudados foram: a altura e variação do lençol freático e a fragmentação e uso dos lotes urbanos.