Toxicidade por metais pesados em testículo de Oreochromis niloticus e Geophagus brasiliensis da Bacia do Rio Doce, três anos após rompimento da barragem de rejeitos em Mariana – MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rodrigues, Maria Luiza Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28079
Resumo: Em 5 de novembro de 2015 ocorreu o rompimento da Barragem de Fundão, localizada no distrito de Bento Rodrigues (Mariana-MG), e foram lançados no ambiente aproximadamente, trinta e cinco milhões de m³ de rejeitos de mineração de ferro, que atingiu toda a extensão do rio Doce. O objetivo deste estudo foi avaliar a toxicidade por metais pesados sobre o testículo de duas espécies de peixes do rio Doce, três anos após o rompimento da barragem. Foram utilizados 15 exemplares de Oreochromis niloticus (espécie exótica) e Geophagus brasiliensis (espécie nativa), coletados no rio Doce e no rio Piranga (não afetado pelo rompimento), nos municípios de Santa Cruz do Escalvado e Ponte Nova, respectivamente. Os animais foram eutanasiados para a retirada dos testículos, que foram processados para análises de quantificação de metal, histológica e de estresse oxidativo. Foi realizado também análise de quantificação de metais na água e no sedimento. As concentrações dos metais pesados na água, e no sedimento não tiveram diferenças significativas entre os rios Doce e Piranga. Em relação à concentração de metal pesado no testículo, observou-se concentração significativamente maior em tilápias do Rio Doce (TRD) quando comparado a tilápia do Rio Piranga (TRP), para cobre e cobalto e menores de mercúrio em TRD; os níveis de mercúrio também forem menores no cará do Rio Doce (CRD) comparado com o do Rio Piranga (CRP). Entre CRP e TRP observou-se concentrações mais altas para ferro e mercúrio. Produtos do stress oxidativo e a atividade de enzimas antioxidantes foram maiores nos peixes do rio Piranga, entretanto, a ocorrência de cistos espermatogênicos contento patologias foi maior nos peixes do rio Doce. Quanto à biometria gonodal, o peso corpora, comprimento padrão, peso e comprimento gonadal foram maiores no grupo TRD quando comparado ao TRP, contudo, o índice gonadossomático se mostrou reduzido neste grupo, assim como em CRD. O número de cistos e sua área foram menores no grupo TRD quando comparado com o grupo TRP. Foi observada a ocorrência de mais cistos patológicos nos grupos dos carás, sendo o grupo CRD o mais afetado. Os grupos do rio Doce apresentaram maior frequência de células em processo inicial de dano ao DNA. Conclui-se que, a água e o sedimento dos rios Doce e Piranga apresentaram estados semelhantes de contaminação por metais pesados. Entretanto, as espécies analisadas do rio Doce se mostraram mais afetadas, em especial o cará, que apresentou maiores danos testiculares, se mostrando mais sensível a esses poluentes. Palavras-chave: Mineração. Ecotoxicologia. Reprodução. Histopatologia. Status oxidativo.