Modelagem da adesão de Bacillus cereus ao aço inoxidável em função do tempo e da temperatura e influência da rugosidade e da hidrofobicidade sobre a adesão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Bernardes, Patrícia Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência de Alimentos; Tecnologia de Alimentos; Engenharia de Alimentos
Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2836
Resumo: Adesão de Bacillus cereus à superfície de aço inoxidável 304 #4 foi avaliada após diferentes tempos e temperaturas de contato. Foram construídos modelos matemáticos capazes de predizer a adesão, como função da temperatura, (4 ºC 35 ºC) e do tempo, (1 d - 10 d). A interação entre a superfície de aço inoxidável e B. cereus foi estudada por meio das características de interação interfacial, determinadas a partir da medição do ângulo de contato das superfícies das células de B. cereus, do aço inoxidável e do aço inoxidável com células de B. cereus aderidas, em associação com a teoria DLVO Estendida e a teoria termodinâmica da adesão. Avaliou- se a rugosidade e a microtopografia da superfície de aço inoxidável e aço inoxidável aderido com células de B. cereus com auxilio da microscopia de força atômica e da perfilometria. O aumento de temperatura de 4 ºC para 35 ºC propiciou o aumentou do número de células de B. cereus aderidas em mais de 3 ciclos log para o tempo de adesão de 1 dia e em mais de 4 ciclos log para o tempo de adesão de 10 dias o que indicou a influência da temperatura para o processo de adesão. O número máximo de células aderidas detectadas nos cupons incubados por 35 °C, durante 10 dias foi de log 4,43 UFC/cm2, semelhante ao número observado para as células aderidas nos cupons incubados na mesma temperatura, durante 1 dia que foi de log 4,01 UFC/cm2. Esse resultado reforçou a influência da temperatura em relação ao tempo para adesão desta bactéria. Quando a temperatura aumentou de 7 ºC para 15 ºC houve o aumento do número de UFC/cm2 em cerca de 3 ciclos log. Apenas na região de alta temperatura (25 ºC a 35 ºC) houve um bom ajuste dos dados pelo modelo matemático obtido. A estirpe de B. cereus estudada foi considerada hidrofílica enquanto o aço inoxidável foi considerado hidrofóbico. A adesão não foi termodinamicamente favorável (∆Gadesão > 0) entre o aço inoxidável e a estirpe de B. cereus. Assim, a interação entre elas não foi favorecida pelo aspecto termodinâmico da adesão. Não houve diferença (p>0,05) na rugosidade das superfícies de aço inoxidável com células de B. cereus aderidas, observadas por microscopia de força atômica e por perfilometria. O efeito da temperatura foi mais importante do que o efeito do tempo na adesão das células de B. cereus ao aço inoxidável 304 #4. B. cereus aderiu aos cupons de aço inoxidável 304 #4 a baixas temperaturas, 4 ºC, 7 ºC e 10 ºC. Os resultados indicaram que abusos na temperatura de armazenamento, sob refrigeração, influenciaram decisivamente no número de bactérias aderidas podendo alterar a qualidade do leite.