Utilização da soja em diferentes formas na alimentação de vacas leiteiras
Ano de defesa: | 2007 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul Doutorado em Zootecnia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1901 |
Resumo: | A pesquisa foi conduzida para avaliar a degradação ruminal in situ e a digestibilidade intestinal dos grãos de soja crus e tostados e o efeito de dietas contendo soja em diferentes formas sobre o consumo, a digestibilidade dos nutrientes, a produção e a composição do leite, a variação do pH e a concentração do N- NH3 ruminal, a excreção de uréia na urina, as concentrações de compostos nitrogenados uréicos no leite e no plasma, o balanço de compostos nitrogenados, a produção microbiana e a influência do ambiente térmico sobre as variáveis fisiológicas e produtivas. Para os experimentos II, III e IV foram usadas 12 vacas da raça Holandesa, puras e mestiças, agrupadas de acordo com a produção de leite e dias de lactação e distribuídas em três quadrados latinos simultâneos 4x4, alimentadas com as seguintes dietas isoprotéicas: farelo de soja exclusivo (FS-dieta controle), soja crua (SC), soja tostada (ST) e farelo de soja mais 5% de uréia (FSU) sendo a dieta total constituída de 50% de volumoso. Cada período experimental teve duração de 21 dias sendo que os primeiros 14 dias foram destinados à adaptação dos animais à dieta e os restantes à coleta de dados. No experimento I, a cinética da degradação ruminal in situ da matéria seca (MS) e proteína bruta (PB) foi avaliada utilizando sacos de náilon, incubados nos tempos 2, 4, 8, 16, 24 e 48 horas e a digestibilidade intestinal da proteína bruta não degradada no rúmen pelo método das três etapas. Foram usados seis tratamentos (soja crua-T1; soja tostada a 125 oC durante três minutos sem e com steeping-T2 e T3; tostada a 145 oC durante um minuto com steeping-T4; tostada a 115 oC durante quatro minutos com steeping-T5 e a 110 oC durante cinco minutos sem steeping-T6). Verificou-se que a soja tostada, independente da temperatura e procedimento de tostagem (com e sem steeping), apresentou os menores valores médios de degradabilidade efetiva (DE) da MS e PB que a dieta controle. O tratamento quatro (T4) foi o menos degradado, com 61,33% de degradabilidade efetiva da MS e 52,23% da PB. A digestibilidade intestinal dos grãos crus foi superior e apresentou efeito significativo (P<0,05) quando comparados aos grãos tostados, exceto para a soja tostada a 115 oC durante quatro minutos com steeping. O tratamento (T4) apresentou a menor degradação protéica de 67,72%, o que correspondeu a 52,33% a mais de PNDR quando comparado à dieta controle. Os grãos de soja tostados a 145oC durante 1 minuto potencializado pelo processo de steeping contribuiu para menor degradabilidade ruminal da proteína bruta e maior escape da PNDRD. No experimento II, o efeito da soja em diferentes formas foi avaliado sobre os consumos e as digestibilidades da MS, MO, EE, PB, FDN, CNF, o consumo de NDT, a produção e composição do leite e sua viabilidade econômica. Verificou-se que os consumos de MS, FDN e CNF não diferiram (P>0,05) nas dietas. O consumo de PB foi influenciado (P<0,05) pelas dietas e as maiores médias (P<0,05) de EE foram verificadas nos tratamentos com SC e ST e os consumos de NDT foram menores (P<0,05) para a soja crua e tostada. Os coeficientes de digestibilidade da MS, MO, PB, EE e FDN não foram afetados pelas dietas (P>0,05). A digestibilidade dos CNF foi menor (P<0,05) para a dieta contendo soja tostada e o valor de NDT diminuiu (P<0,05) nos tratamentos com soja crua e tostada. A produção total de leite (PTL) e corrigida para 3,5% de gordura (LCG), sua eficiência e leite por quilograma de matéria seca (LKGMS) e/ou proteína bruta (LKGPB) não foram influenciados (P>0,05). As dietas testadas podem ser usadas para vacas de alta produção juntamente com 50% de silagem de milho na MS em substituição ao farelo de soja. No experimento III, avaliou-se o efeito da soja em diferentes formas sobre a variação do pH e a amônia ruminal, a excreção de uréia na urina (EUU), a concentração de nitrogênio uréico no leite (NUL) e no plasma (NUP), o balanço de compostos nitrogenados (BN) e a síntese e eficiência microbiana. Houve efeito (P<0,05) das dietas sobre o volume urinário (VU) e a excreção de uréia na urina (EUU). O menor VU (P<0,05) foi observado com a dieta FSU. A EUU foi semelhante entre as dietas contendo SC e ST e diferiu (P<0,05) do FS e FSU. As concentrações do NUP não diferiram (P>0,05) entre as dietas, porém a secreção do NUL foi significativa (P<0,05) e no tratamento com grãos de soja crus obteve-se a maior média. O balanço de compostos nitrogenados (BN) não foi afetado (P>0,05) e também não foram observadas diferenças significativas (P>0,05) na excreção total de derivados de purinas (PT) e, na síntese e eficiência microbiana ruminal, expressa em g de PB/kg de NDT consumido. Concluiu-se que as dietas usadas não afetaram o balanço de nitrogênio nem a produção microbiana, porém a inclusão de grãos de soja crus aumentou os teores de nitrogênio do leite. No experimento IV, avaliou-se o efeito do ambiente térmico sobre as variáveis fisiológicas: freqüência respiratória (FR), cardíaca (FC), temperatura retal (TR), taxa de sudação (TS) e variáveis produtivas: consumo de matéria seca (CMS), produção total de leite (PTL), proteína (P%) e gordura (G%). Foram verificadas diferenças significativas (P<0,05) para todas as variáveis fisiológicas, exceto para a TS. Quando se analisou o consumo de MS, observou-se o menor valor (P<0,05) no período 1 (P1) e a produção total de leite (PTL) e o percentual de gordura (G%) não foram influenciados (P>0,05). O teor de proteína foi menor (P<0,05) para o P1. Não houve efeito entre as dietas e as variáveis fisiológicas, porém a FR e FC diferiram (P<0,05) nos horários de coletas. Concluiu-se que as variáveis fisiológicas não foram alteradas pelas dietas. Contudo, foram afetadas pelo ambiente térmico, resultando em redução do consumo de MS na época mais quente, porém não houve alteração na produção de leite. O teor de proteína foi influenciado pelos períodos experimentais. |