Adaptabilidade e estabilidade: revisão sistemática e aplicação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rezende, Wender Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28965
Resumo: A interação genótipos x ambientes (GxA) é um dos principais desafios enfrentados no melhoramento de plantas, pois causa inconsistências no ranqueamento de genótipos entre os ambientes. Consequentemente, a interação GxA dificulta o processo de seleção e recomendação de cultivares. Para minimizar, e até aproveitar, os efeitos da interação GxA, têm sido propostas ao longo dos anos diversas metodologias estatísticas para o estudo da adaptabilidade e estabilidade dos genótipos. Visto isso, o objetivo deste trabalho foi estudar a adoção dos métodos para estudo da adaptabilidade e estabilidade nas duas principais culturas agrícolas brasileiras, milho e soja, e aplicar algumas dessas metodologias em dados de milho provenientes do leste africano. Inicialmente, foi realizada uma revisão sistemática da literatura científica para verificar a adoção dos métodos em artigos sobre milho e soja publicados desde 1970 em revistas brasileiras indexadas na base de artigos SciELO. Foram encontrados 113 artigos (38 sobre soja e 75 sobre milho), nos quais foram listados 21 métodos de adaptabilidade e estabilidade. O método utilizado com maior frequência em ambas as culturas foi Eberhart e Russell. Os métodos Cruz, Torres e Vencovsky e Modelo de efeitos principais aditivos e interação multiplicativa (AMMI) também foram amplamente adotados. Em geral, o número de publicações com a maioria dos métodos reduziu na presente década, exceto com GGE Biplot, Média harmônica da performance relativa dos valores genotípicos (MHPRVG) e Centroide, que apresentaram crescimento. Posteriormente, após a realização da revisão sistemática, aplicaram-se os métodos GGE Biplot e Cruz, Torres e Vencovsky em conjuntos de dados de experimentos realizados em 2017 no leste da África (Quênia, Uganda e Tanzânia) pelo Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT). Os ensaios abrangeram 24 locais bem irrigados (condições ótimas) e sete locais em condições de déficit hídrico, nos quais foram avaliados 65 híbridos de milho de ciclo intermediário e 55 de ciclo precoce. O método GGE Biplot permitiu identificar o melhor e pior local para seleção de híbridos em condições ótimas, respectivamente Kakamega e Kabuku. Não foi possível definir os melhores e piores locais para condições de estresse hídrico, pois estes foram altamente dependente da maturidade dos híbridos. Utilizando-se os dois métodos, GGE Biplot e Cruz, Torres e Vencosvky, foi possível identificar com segurança os híbridos precoces E14, E2 e E23 e os intermediários I35, I18, I21 e I41 como os mais bem adaptados simultaneamente a condições ótimas e a condições de estresse hídrico. Embora o número de publicações sobre adaptabilidade e estabilidade tenha reduzido nos últimos anos, essa área de pesquisa continua ativa e relevante no Brasil. Além disso, a aplicação dos métodos de estudo da adaptabilidade e estabilidade fornece informações e direcionamentos fundamentais ao processo de melhoramento de plantas.