Potencial do óleo de orégano como atenuador dos danos causados pelo arsênio em lambaris-do-rabo-amarelo, Astyanax aff. bimaculatus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Neves, Isabel Gertrudes Arrighi de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/18554
Resumo: A utilização de águas públicas para a criação de peixes pode resultar em menor desempenho produtivo quando estas águas estão poluídas por compostos tóxicos, como o arsênio. A toxicidade do arsênio ocorre principalmente pela geração de espécies reativas de oxigênio. A contaminação pelo arsênio pode acumular nos tecidos e prejudicar a saúde dos seres humanos que consomem estes peixes. Dessa forma, são necessárias técnicas para reduzir a acumulação e a toxidade do arsênio em peixes. Uma possibilidade de redução/prevenção destes danos é a utilização de aditivos nas dietas, como o orégano, em função de sua alta capacidade antioxidante. Com o presente estudo objetivamos avaliar o potencial do óleo de orégano como atenuador dos danos causados pela exposição ao arsênio em Astyanax aff. bimaculatus. Após 30 dias de alimentação com dietas contendo óleo de orégano (0,0; 1,5 e 2,5 g/kg de óleo de orégano), os peixes foram expostos a uma solução de arsenato de sódio (Na 2 HAsO 4 .7H 2 O) na concentração de 5,0 mg/L de arsênio durante sete dias. Previamente foi realizado um pré- experimento que mostrou que o uso de óleo de orégano em dietas para A. aff bimaculatus é seguro e que o mesmo é capaz de neutralizar espécies reativas de nitrogênio. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualisado com três níveis de óleo de orégano na dieta (0,0; 1,5 e 2,5 g/kg de óleo de orégano) e quatro repetições. Fêmeas adultas de A. aff. bimaculatus (6,42 g ± 0,89) foram alimentadas três vezes ao dia durante 30 dias com as dietas experimentais. Ao final desse período, os peixes foram eutanasiados para coleta de amostras. Foram avaliadas as concentrações das enzimas aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT) no plasma e alterações histopatológicas e estresse oxidativo nas brânquias e no fígado. Nos peixes expostos ao arsênio não foi observada mortalidade em nenhum dos tratamentos avaliados. A atividade da enzima SOD nas brânquias dos peixes alimentados com óleo de orégano (1,5 e 2,5 g/kg) foi maior que no grupo controle, indicando que o orégano tem efeito protetor contra o estresse oxidativo. Nas brânquias dos peixes alimentados com óleo de orégano foi observada maior frequência de hipertrofia de células mucosas (1,5 e 2,5 g/kg) e de necrose (2,5 g/kg) em relação ao tratamento controle. A atividade da enzima ALT no plasma foi maior nos peixes alimentados com 2,5 g/kg de óleo de orégano, indicando dano hepático. Apesar de o orégano apresentar efeito redutor do estresse oxidativo em brânquias, tanto na presença como na ausência de arsênio, não é recomendado seu uso como atenuador dos danos causados pelo arsênio em A. aff bimaculatus devido este causar danos hepáticos e necrose branquial de forma dose dependente. Danos hepáticos e branquiais causados pelo orégano (2,5 g/kg), apenas na presença de arsênio indicam efeito sinérgico entre eles.