Resposta de insetos herbívoros associados ao dossel em paisagem de matriz agrícola - floresta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Soares, Luiz Gustavo Souto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Mestrado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3899
Resumo: A cobertura vegetal original de toda a Zona da Mata Mineira era de florestas, mas hoje está restrita a fragmentos de floresta secundária, imersos numa matriz agrícola de pastagens, cafezais e eucaliptais. Mesmo sendo regenerações, o dossel destas florestas ainda pode abrigar parte importante da fauna original, funcionando como fonte de biodiversidade nestas paisagens. Assim, supomos que a diversidade de insetos herbívoros associados a dossel deve diminuir do interior da floresta ao interior da matriz. O objetivo desse trabalho foi testar esta suposição, e as seguintes hipóteses para explicar este padrão: a diversidade destes insetos é determinada por quantidade e qualidade de recursos; por heterogeneidade ambiental; por condições; e por pressão de predação. Amostramos fragmentos florestais imersos em matriz de eucaliptal (n = 3), e cafezal (n = 3), traçando, em cada local, um transecto desde 75m no interior da matriz até 75m no interior da floresta. Escolhemos estes dois tipos de matriz por representarem os agroecossistemas com dosséis mais abundantes da região. Os insetos foram classificados em herbívoros mastigadores e sugadores. Nas paisagens com eucaliptal, tanto mastigadores quanto sugadores apresentaram aumento do número de espécies e indivíduos ao longo do gradiente matriz - floresta. Nas paisagens com cafezal, não houve resposta de mastigadores ao gradiente, enquanto que número de espécies e de indivíduos de sugadores diminuiu da matriz à floresta. Os componentes do habitat que explicaram a distribuição de mastigadores foram: número de espécies arbóreas, de estratos arbóreos e de aranhas. Para sugadores foram densidade de folhas e número de aranhas. Assim, mostramos que matrizes compostas por eucaliptal ou cafezal têm diferentes permeabilidades para insetos herbívoros associados ao dossel. Algumas das variáveis ambientais explicaram ao menos parte da variação destes insetos nestas paisagens: para sugadores, a densidade de folhas pode determinar os padrões encontrados nos dois tipos de matriz, por representar recurso alimentar. Para mastigadores, a diversidade de árvores (heterogeneidade ambiental) e volume de copa (quantidade de recursos) explicaram parte da variação destes organismos, mas não foram suficientes para explicar as diferenças entre tipos de matriz. Concluímos que, ao menos para herbívoros mastigadores, há processos em escala de paisagem, provavelmente relacionados à locomoção, que não são explicados por variáveis ambientais locais. Além disto, nossos resultados mostraram como as duas guildas respondem a escalas espaciais diferentes.