Berinjela transgênica cv. Embú avaliada mediante a resistência a insetos, a nematóides e aos efeitos genotóxicos pelo teste de mutação e recombinação somáticas (SMART) em asas de Drosophila melanogaster

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Ribeiro, Ana Paula de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10290
Resumo: Avaliaram-se a resistência de berinjela ‘Embú’ controle e transgênica, contendo a região codante do gene orizacistatina, às espécies Meloidogyne incognita, M. javanica e M. arenaria. Foi verificado que a berinjela transgênica foi altamente suscetível a M. incognita, M. arenaria e M. javanica, assim como a berinjela controle as espécies M. incognita e M. javanica com grande número de galhas e número de ovos. Portanto, a transgênese não afetou a resposta de berinjela ‘Embú’ aos nematóides avaliados. A resistência às espécies de pulgões (Myzus persicae e Macrosiphum euphorbiae) e lagartas (Mechanitis polymnia e Mechanitis lysimnia) também foi avaliada. Trabalhou-se com uma geração de M. persicae e de M. euphorbiae para elaboração de tabelas de vida. Foram detectados efeitos significativos das linhagens da planta quanto às características (Ro - taxa líquida de reprodução, rm - razão infinitesimal de aumento populacional e λ - razão finita de aumento populacional) estudadas, exceto para tempo de geração (T). O efeito da espécie de pulgão foi significativo para todas as características, enquanto que o efeito da interação entre linhagem da planta e espécie de pulgão não foi significativo para nenhuma das características. Conclui-se que o ciclo biológico de M. persicae e M. euphorbiae foi alterado, sendo que Ro, rm e λ foram menores nas plantas transgênicas. Para o teste de resistência à lagartas, foram avaliados a área foliar consumida, o número de indivíduos e sua mortalidade, nas fases de desenvolvimento (da lagarta até a fase adulta). Não foram observadas significâncias para as características (duração do período pupal, e mortalidade larval e pupal) avaliadas, à exceção da duração larval. Em relação à área foliar consumida pelas lagartas, observou-se que não houve diferença entre as linhagens da planta e na interação entre linhagem e espécie da lagarta, porém houve diferença em todos os parâmetros avaliados (área foliar total e diária consumida em centímetros quadrado e em porcentagem) quando analisada as espécies de lagarta. Assim, as plantas transgênicas utilizadas não apresentam atividade sobre a mortalidade e duração das fases larval e pupal de Mechanitis polymnia e M. lysimnia. Atividade genotóxica de extratos de berinjela transgênicos utilizados como alimento na dieta de larvas de Drosophila melanogaster, na forma de extratos de frutos in natura e aquecidos em banho-maria a 45oC foi avaliada pelo SMART (somatic mutation and recombination test). Em berinjela ‘Embú’, foram incorporados os genes das construções pRGG hpt, pOZC6 e pCLDO04541, chamados de HPT-1, OZC-2 e SW5-3, respectivamente. Foram realizados dois experimentos independentes nos quais foram testados os mesmos frutos de cada linhagem in natura. No experimento II foram acrescentados os mesmos frutos aquecidos e mais dois frutos: OZC-4 e SW5-5. Além desses, diluiu-se o triturado do fruto OZC-2 a uma concentração de 25%. Em cada experimento também foram incluídos um controle positivo (Ciclofosfamida) e um negativo (água). Em ambos experimentos, resultados positivos foram observados para o controle positivo e em algum dos tratamentos com berinjela transgênica in natura e aquecidos. Por comparação das progênies obtidas no SMART, observou que ocorreu recombinação em alta frequência. Frações de todos os frutos liofilizados das plantas transgênicas e controle, utilizados no SMART, foram mantidos a –80oC e foram, posteriormente, utilizados para detecção de Agrobacterium tumefaciens. Após a rehidratação dos tecidos, com água destilada e estéril, esses foram plaqueados, sob condições assépticas, e avaliado o crescimento de bactérias e sua natureza pelo teste ketolactose. Dos seis frutos utilizados (Berinjela controle, HPT-1; OZC-2, SW5-3, OZC-4, SW5-5) foram isoladas 10 colônias de bactérias, apenas dos fruto SW5-3 e SW5-5. Dessas, 5 colônias foram identificadas pelo teste Ketolactose como Agrobacterium tumefaciens. À luz dos resultados, conclui-se que apesar das evidências de que extrato de berinjela induziu a recombinação somática em D. melanogaster, a ausência de dados na literatura acerca da aplicação deste teste na caracterização de efeitos genótoxicos, advindos dos produtos dos transgenes, sugere que outros estudos devem ser conduzidos, para determinar o(s) agente(s) indutor(es) de recombinação, inclusive aqueles advindos de bactérias residentes nos tecidos de frutos transformados e de possíveis situações de estresses de natureza biótica ou abiótica.