Influência do pH, dos constituintes da matriz e do estádio de maturação do tomate na análise de agrotóxicos por cromatografia gasosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Sousa, Flaviane Aparecida de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Agroquímica analítica; Agroquímica inorgânica e Físico-química; Agroquímica orgânica
Doutorado em Agroquímica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/224
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo aprofundar os estudos relacionados ao efeito de matriz na análise cromatográfica de agrotóxicos. Inicialmente procurou-se avaliar a diferença da resposta cromatográfica de onze analitos (clorotalonil, clorpirifós, parationa metílica, procimidona, endossulfam, iprodiona, permetrina, λ-cialotrina, cipermetrina, deltametrina e azoxistrobina) quando preparados em solvente puro e em extratos orgânicos obtidos por extração sólido-líquido com partição em baixa temperatura (ESL-PBT) ou extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura (ELL-PBT) de sete matrizes (tomate, abacaxi, uva, água, batata, maçã e solo). A Análise de Componentes Principais (PCA) foi utilizada para avaliar os resultados obtidos e resultaram no agrupamento de matrizes: abacaxi, tomate e uva (um grupo), batata, maçã e solo (outro grupo). As matrizes tomate, abacaxi e uva provocaram efeitos de matriz positivos na maioria dos agrotóxicos e as matrizes batata, maçã e solo provocaram uma diminuição na resposta dos agrotóxicos. Analisando os resultados observou-se uma característica comum das matrizes que se agruparam pela PCA: os valores de pH das matrizes tomate, abacaxi e uva são em torno de 4,0. Já os extratos aquosos das matrizes batata, maçã e solo possuem pH mais elevado, em torno de 6,0. Amostras de água destilada tiveram seus valores de pH ajustados com solução de ácido acético glacial para valores idênticos aos das matrizes mais ácidas: uva, abacaxi e tomate. Observou-se que a acidificação da água promoveu uma redução na resposta cromatográfica dos agrotóxicos semelhante aos resultados encontrados para as amostras de água pura. Os resultados demonstraram que o pH das amostras não influencia nas propriedades dos agrotóxicos na fase orgânica, e assim o pH não é, diretamente, o fator responsável pelo maior efeito de matriz verificado para as amostras mais ácidas. No entanto observou-se que os extratos orgânicos das matrizes mais ácidas, quando obtidos com solução alcalina de Na2HPO4 (pH próximo de 7,0) apresentavam coloração menos intensa, indicando que o pH estava relacionado com a extração de coextrativos para a fase orgânica. Numa etapa seguinte avaliou-se a influência do pH das amostras na resposta cromatográfica de nove agrotóxicos (clorotalonil, clorpirifós, parationa metílica, procimidona, endossulfam, iprodiona, permetrina, λ-cialotrina e deltametrina). Nesta etapa foram utilizadas três matrizes (batata, maçã e solo), que tiveram os valores de pH da mistura extratora alterados para verificar a diferença na resposta cromatográfica dos agrotóxicos. Extratos aquosos das matrizes foram obtidos pela ESL-PBT utilizando um determinado volume de água destilada (pH próximo de 6,0) e utilizando-se o mesmo volume de água com o pH alterado para 3,6 com adição de ácido acético glacial. Observou-se que quando o pH da água era alterado para 3,6 mais coextrativos eram extraídos para a fase orgânica, consequentemente maior efeito na resposta cromatográfica dos analitos foi observada. A Análise de Componentes Principais mostrou a formação de dois grupos distintos: um formado pelas matrizes contendo água em pH = 6,0 e outro das matrizes com água em pH = 3,6.Finalmente, a influência do estádio de maturação do tomate, que foi uma matriz que provocou efeito significativo na resposta dos agrotóxicos, foi avaliada. Nessa etapa, cinco agrotóxicos pertencentes a diferentes grupos separados pela PCA nas etapas anteriores do trabalho foram selecionados para estudo (permetrina, iprodiona, clorotalonil, clorpirifós e deltametrina). Os resultados mostraram que à medida que o fruto amadurece, maior quantidade de coextrativos é encontrada. Os coextrativos licopeno e β-caroteno influenciam diretamente na resposta cromatográfica dos analitos. Ao analisar a influência desses componentes do tomate juntamente com outras matrizes, observou-se que estes são responsáveis pelo maior efeito de matriz na análise de agrotóxicos, principalmente para o agrotóxico deltametrina.