Relação entre os marcadores não tradicionais e o risco cardiometabólico em crianças (Estudo PASE)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Castro, Ana Paula Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br//handle/123456789/25737
Resumo: Introdução: A exposição ao perfil lipídico aterogênico é capaz de induzir alterações na artéria e contribuir para o desenvolvimento da aterosclerose, podendo iniciar na infância. Diante disso faz-se importante mensurar lipídios séricos na infância como prevenção de doenças cardiovasculares e da aterosclerose. Por outro lado, apesar dos progressos realizados na compreensão das causas e mecanismos envolvidos nas doenças cardiovasculares e diabetes, as estratégias de prevenção têm sido insuficientes. É por isso que avaliar a resistência à insulina (RI) é uma questão cada vez mais importante para identificação precoce das crianças em risco, além dos esforços que devem ser concentrados na redução de peso corporal. Objetivos: Determinar marcadores não tradicionais e avaliar sua relação com outros fatores de risco cardiometabólico em crianças. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal realizado com 258 crianças de 8 a 9 anos, em todas as escolas urbanas de Viçosa. A avaliação antropométrica, de composição corporal e bioquímica foi realizada com crianças em visita agendada. As variáveis sócioeconômicas e o sedentarismo foram avaliados por questionário semiestruturado. Resultados: Das crianças avaliadas, 35,2% apresentaram excesso de peso, 10,5% de adiposidade abdominal e 15,6% de gordura corporal. Neste estudo, 51,8% e 19,8% das crianças apresentaram triglicerídeos aumentados. Crianças com excesso de peso e de gordura total e central apresentaram maiores prevalências de maior razão ApoB/ApoA1, bem como as com perfil lipídico aterogênico (LDL-c e triglicerídeos aumentados e baixo HDL-c). Foi encontrada associação direta entre o número de fatores de risco cardiovascular e a razão ApoB/ApoA1 (p=0,001), independentemente da idade e renda. A prevalência de TyG aumentado foi significativamente maior entre crianças com perímetro de pescoço (PP), colesterol total (CT) e ácido úrico elevados, e baixo lipoproteína colesterol de baixa densidade (HDL- c). Por outro lado, a prevalência da resistência à insulina, avaliada pelo índice de homeostase de resistência à inuslina (HOMA-IR), foi maior entre aquelas com PP e leptina elevados. Foi observada associação direta entre o número de fatores de risco cardiometabólico e o índice TyG (β=0,16; IC 95%: 0,11-0,21; p<0,001), independente do IMC. Para o HOMA-IR, esta associação não foi observada. Conclusão: Marcadores não tradicionais, como a razão ApoB/ApoA1 e o índice TyG, estiveram associados a um maior número de fatores de risco cardiometabólico em crianças. Ressalta-se a importância do uso da razão ApoB/ApoA1 e do índice TyG na prática clínica, por serem importantes parâmetros complementares para a avaliação do risco cardiometabólico já na infância.