Resumo: |
O estudo analisou efeitos de um exercício físico intermitente autorregulado sobre mecanismos termorregulatórios em jogadores de futebol universitários quando expostos a diferentes condições térmicas. A amostra foi composta por 9 homens fisicamente ativos, e pertencentes a times de futebol de campo registrados pela UFV. A idade média dos voluntários foi 22,8 ± 4,91 anos. O percentual de gordura foi de 13,1 ± 1,44%. A área de superfície corporal específica (ASC/m2) foi de 1,887, ± 0,138 m2. O VO2max foi de 52,26 ± 3,69 ml/km/min-1. Os voluntários receberam refeições padronizadas. Uma na noite anterior ao teste, e outra subsequente pela manhã antes da realização do mesmo. As refeições foram elaboradas e ministradas por uma nutricionista (CRN9 – 6421). Os voluntários foram submetidos a sessões de exercício autorregulado, sendo uma sessão realizada com aquecimento passivo da face por convecção (CAP), na qual a temperatura e velocidade do ar direcionado para a face foram de 29,67 ± 0,98oC e 0,81 ± 0,08m/s respectivamente. As sessões controle foram realizadas sem o aquecimento passivo da face (SAP), com a temperatura da sala sendo mantida a ± 24oC em todas as sessões experimentais, que foram realizadas durante o período da manhã. Antes do exercício foram avaliados alguns parâmetros basais como: Densidade específica da urina, peso, percepção de recuperação, pressão arterial de repouso e frequência cardíaca de repouso. Sendo que não houve diferença estatística dentro do grupo amostral. Durante o exercício, foram medidas as variáveis termorregulatórias: Temperatura da auricular (Taur), temperatura da pele (Tpele), conforto térmico (CT) e sensação térmica (ST). Como as variáveis de desempenho frequência cardíaca e velocidade em km/h. Os dados foram analisados pelo programa estatístico SigmaPlot 11.0. A normalidade dos dados foi realizada pelo teste Shapiro-Wilk. Os dados de características dos grupos foram analisados por meio do teste estatístico T-Student. Os dados de T Aur, TPele, hidratação, FC, dados do desempenho e parâmetros subjetivos foram analisados utilizando o procedimento estatístico ANOVA TWO WAY de medidas repetidas. Os dados de acúmulo de calor (AC), a taxa de acúmulo de calor (TAC), a perda de peso, o limiar e a sensibilidade termoaferente da pele foram analisados utilizados o método estatístico T-Student. Não foi observada diferença entre os grupos para os dados de acúmulo de calor (AC), taxa de acúmulo de calor (TAC), Limiar e Sensibilidade termoeferente para vasodilatação da pele, conforto térmico (CT) e sensação térmica (ST). Em relação às variáveis comportamentais houve diferenças entre os grupos. Em termos de desempenho, os valores de velocidade e distância para as ações de ―Andar‖ e ―Sprint‖ foram menores no grupo CAP. Pode-se notar um padrão de queda do desempenho do primeiro para o segundo tempo em ambos os grupos. A FC diferiu entre os grupos. O grupo CAP apresentou valores menores no primeiro tempo de exercício, já em relação ao segundo tempo, não houve diferenças. A Temperatura da pele (TPele) apresentou maiores valores no grupo CAP em quase todo o protocolo, em valores absolutos (valores totais) e relativos (valores de variação ao longo do tempo) . Já a temperatura auricular (TAur) não apresentou diferença entre os grupos em valores absolutos (valores totais), apenas em alguns momentos nos dados relativos (valores de variação ao longo do tempo). A perda de peso foi diferente apenas no primeiro tempo de exercício entre os grupos, onde o grupo CAP apresentou maiores valores. Concluímos a princípio, que a administração de uma carga térmica local na face, já seria o suficiente para que ajustes autonômicos e comportamentais possam ser realizados, com a finalidade de cumprir uma demanda física autorregulada de 90 minutos de duração. Portanto, mesmo não perceptível, o estresse térmico utilizado levou a ajustes autonômicos e comportamentais em jogadores de futebol universitários. |
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