Valor agregado em cadeias produtivas de queijos com indicação geográfica na Itália

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Valente, Maria Emília Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9909
Resumo: Indicação Geográfica (IG) é um ativo intangível de propriedade industrial usada para identificar a origem de um produto que possui reputação junto ao mercado consumidor devido à sua zona de produção ou devido a fatores naturais e humanos, inerentes ao meio geográfico específico, que lhe confere características particulares. Dentre os inúmeros benefícios proporcionados pelas IGs citados na literatura, destaca-se o preço superior no mercado, fruto de uma maior agregação de valor à matéria-prima, que, em tese, proporciona incremento da renda aos atores da cadeia produtiva. Neste contexto, a presente pesquisa teve como objetivo analisar a criação e distribuição do valor agregado nos segmentos de cadeias produtivas de queijos italianos com IG, tendo sido também avaliado se a presença da IG tem, de fato, um efeito favorável no preço de queijos, por meio da aplicação do método de preços hedônicos. Os resultados obtidos revelaram a existência de um cenário onde convivem IGs de diferentes perfis, tanto em termos de atributos do produto, quanto em termos das características e agregação de valor das cadeias produtivas. A análise de preços hedônicos sugere que a IG apresenta pouca influência no preço do produto ao contrário de características do processo produtivo como tipo do leite utilizado e tempo de maturação. Por meio de uma análise de cluster, precedida por uma análise fatorial, foi possível identificar três diferentes grupos de queijos cuja agregação e distribuição de valor pela cadeia produtiva apresentaram características distintas entre si. A relação entre intensidade do vínculo com território e valor agregado não pôde ser plenamente comprovada, uma vez que uma relação inversa entre estes fatores foi observada entre dois clusters, indicando que outros atributos são determinantes na geração de valor pela cadeia produtiva. Em nenhum dos grupos, a etapa de processamento (que detém a tutela das IGs) foi a que reteve maior parcela do preço final do produto, embora em termos relativos, esta tenha sido a etapa que agregou maior valor à matéria-prima em dois grupamentos. O nível de diferenciação do produto e os canais de comercialização utilizados são fatores que possivelmente interferem na criação e distribuição do valor agregado do produto e estão estreitamente relacionados às características da cadeia e do processo de produção dos queijos. Pode-se concluir com a presente pesquisa que a presença da IG não necessariamente implica em um alto nível de diferenciação do produto e elevada agregação de valor pela cadeia produtiva. Além disso, observa-se que o sinal distintivo da IG presente na embalagem do produto apresenta desempenho abaixo do esperado na transmissão de informações sobre a identidade do produto vinculada a uma origem geográfica específica.