Avaliação do consumo de kombucha de chá preto nos parâmetros antropométricos e cardiometabólicos, considerando a qualidade da dieta de indivíduos eutróficos e com obesidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fraiz, Gabriela Macedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Ciência da Nutrição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29797
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.161
Resumo: A obesidade atingiu proporções epidêmicas mundialmente, afetando praticamente todas as faixas etárias e grupos socioeconômicos. Vários alimentos são sugeridos como coadjuvantes no tratamento da obesidade, dentre eles destaca-se a kombucha. Esta é uma bebida fermentada, obtida pela infusão ou extrato de Camellia sinensis e açúcares, fermentada por uma cultura simbiótica de bactérias e leveduras microbiologicamente ativas (SCOBY). A sua complexa composição rica em compostos fenólicos e ácidos orgânicos agrega a bebida efeitos antioxidantes e anti- inflamatórios. Embora os estudos em animais e in vitro indiquem resultados promissores do consumo de kombucha para a saude, é necessário explorar os efeitos do seu consumo na saúde humana. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito do consumo regular de kombucha de chá preto na antropometria e nos marcadores cardiometabólicos, considerando a qualidade da dieta de indivíduos eutróficos e com obesidade. Trata-se de um estudo clínico com duração de oito semanas consecutivas. Foram recrutados 46 indivíduos, os quais foram distribuídos em 2 grupos: eutróficos + 200 mL de kombucha de chá preto (n = 23) e participantes com obesidade + 200 mL de kombucha de chá preto (n = 23). Foram realizadas avaliações antropométricas [peso, estatura, Índice de Massa Corporal (IMC), perímetros da cintura e quadril, relação cintura/quadril e cintura/estatura, percentual de gordura corporal] e de ingestão alimentar (questionário de frequência alimentar), e coleta de sangue para avaliação dos marcadores cardiometabólicos (perfil lipídico, enzimas hepáticas, glicose, insulina e resistência à insulina). A partir dos dados de ingestão alimentar foram calculados o conteúdo total de polifenóis, o Índice Inflamatório da Dieta (ID) e a Capacidade Antioxidante Total da dieta (CATd) para analisar a variação da qualidade da dieta dos participantes entre o início e após a intervenção. O teste t pareado (ou Wilcoxon) foi aplicado para comparar diferenças entre pré e pós-intervenção para um mesmo indivíduo. Também foram realizadas análises estratificadas por grupo (eutrofico e com obesidade) considerando o aumento ou diminuição dos parâmetros de qualidade da dieta, ID e CATd no final do estudo em relação ao baseline. Foi adotado nível de significância estatística de 5% (a = 0,05) para todas as análises. No total 36 indivíduos completaram o estudo, sendo 20 no grupo eutrófico e 16 no grupo obesidade. Os participantes com obesidade apresentaram diminuição significativa da insulina e da enzima hepática GGT após o consumo da kombucha e aqueles que diminuíram o IID e aumentaram CATd, também apresentaram menor peso corporal e IMC. Nos indivíduos eutróficos a bebida implicou em um efeito benéfico, menor relação cintura-quadril, naqueles que apresentaram aumento na CATd. Ao analisar o conteúdo de polifenóis totais da dieta considerando a quantia presente na bebida, destaca-se uma compensação importante da diminuição da ingestão de polifenóis totais na alimentação dos indivíduos eutróficos após a intervenção. Em conclusão, o consumo de kombucha de chá preto impactou positivamente na saúde metabólica, principalmente, em indivíduos com obesidade quando aliado a um padrão alimentar com baixo potencial inflamatório e ricos em alimentos antioxidantes.