Microbiota intestinal de Melipona spp.: caracterização e impactos da paisagem e do uso de agroquímicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santini, Amanda Tristão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Microbiologia Agrícola
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br/handle/123456789/32640
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.393
Resumo: A microbiota intestinal desempenha um papel fundamental na preservação da saúde de abelhas. As abelhas eusociais corbiculadas (Apini, Bombini e Meliponini) apresentam uma microbiota densa e relativamente simples, entretanto pouco se conhece sobre a composição e papel da microbiota de Melipona. Além disso, são escassos e necessários estudos que analisem o impacto de diferentes paisagens e do uso de agroquímicos na microbiota intestinal das abelhas sem ferrão, visando o desenvolvimento de novas estratégias de preservação. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivos analisar a composição microbiana intestinal de abelhas do gênero Melipona coletadas em diferentes regiões do Brasil, a fim de caracterizar a microbiota core dessas abelhas e elucidá-la ao longo do trato digestório de Melipona quadrifasciata. Adicionalmente, analisar os efeitos da paisagem na microbiota de M. capixaba, e os efeitos de doses subletais de dimetoato na microbiota intestinal de M. quadrifasciata e M. mondury. O trabalho foi dividido em três capítulos. No primeiro, a diversidade microbiana intestinal em Melipona spp. coletadas em diversos estados brasileiros, tiveram o DNA intestinal extraído e sequenciado para o gene 16S rRNA, e a caracterização de novos simbiontes em diferentes partes do intestino de M. quadrifasciata foram abordadas. A microbiota core de Melipona spp. incluiu Bifidobacterium, Lactobacillus, Apilactobacillus, Floricoccus e Bombella. Dentre eles, Apilactobacillus e Bombella dominaram no papo, enquanto o ventrículo foi dominado por Apilactobacillus e Lactobacillus. Foi confirmada a ausência de Snodgrassella e Gilliamella no íleo, no qual verificou-se um novo simbionte filogeneticamente próximo a Floricoccus, bem como a presença de Bifidobacterium, Lactobacillaceae e Bombella. O reto foi dominado por Bifidobacterium e Lactobacillus. No segundo capítulo, abordou-se a influência da paisagem e da sazonalidade na microbiota intestinal de M. capixaba. As abelhas foram coletadas em áreas urbanas, naturais, agrícolas e de agricultura orgânica, ao final do verão e do inverno. O DNA intestinal foi extraído e o gene 16S rRNA sequenciado. A microbiota das abelhas de áreas urbanas diferiu significativamente da microbiota das abelhas coletadas em outras áreas. Abelhas coletadas no verão/2023 também apresentaram uma composição microbiana diferente daquelas coletadas no verão/2022. Entretanto, mais estudos são necessários com um maior número de amostras para elucidar os efeitos da sazonalidade na microbiota de M. capixaba. No terceiro capítulo, foram discutidos os efeitos de doses subletais de dimetoato na microbiota intestinal de M. quadrifasciata e M. mondury. Os grupos de abelhas que apresentaram uma taxa de sobrevivência acima de 65% tiveram seus intestinos extraídos e sequenciados para a região 16S rRNA. Observou-se que as doses subletais de dimetoato não impactaram significativamente a microbiota intestinal de ambas as abelhas testadas. Porém, as abelhas participantes do experimento tiveram uma composição microbiana dissimilar das abelhas do grupo controle de campo, indicando um possível efeito das condições a que foram expostas em laboratório.Palavras-chave: Meliponini; Microbiota; Diversidade microbiana; Dimetoato; Simbiontes; Intestino.