Crescimento de árvores e produção de litter em Floresta Estacional Semidecidual em resposta à fertilização mineral
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Ciência Florestal |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/31624 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.619 |
Resumo: | A Mata Atlântica é um dos biomas mais biodiversos e ameaçados do mundo. Devido à grande extensão territorial, apresenta diferentes fitofisionomias, diversidade de solos, e gradientes de altitude, temperatura e precipitação que são condicionantes ao desenvolvimento das plantas. Dentre essa diversidade de fatores, a presença de solos de baixa fertilidade natural pode ser considerada limitante ao desenvolvimento pleno da sua vegetação. Nesse contexto, o manejo da fertilidade, pela aplicação de fertilizantes minerais, poderia reduzir o provável estresse nutricional imposto por essas condições ambientais. Dessa forma, a presente pesquisa buscou investigar se a aplicação dos macronutrientes nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) modifica a dinâmica de crescimento de espécies florestais, a produção de litter e a variação dos atributos químicos do solo em um fragmento florestal em estágio secundário de sucessão na Mata Atlântica. O estudo foi conduzido em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Montana, localizado no município de Viçosa, Minas Gerais. Foram testadas cinco doses de NPK em delineamento estatístico de blocos ao acaso, com quatro repetições e parcelas de 30,0 x 30,0 m. Cada parcela de 30,0 x 30,0 m foi subdividida em quatro sub-parcelas onde foram realizados os inventários de quatro diferentes estratos da vegetação. Foram realizados inventários em fevereiro de 2022, agosto de 2022 e fevereiro de 2023. Para as árvores com altura > 1,30 m foram avaliados o aumento em diâmetro quadrático e variação no número de indivíduos por classe diamétrica, por tratamento e tempo. Para as plantas com altura < 1,30 m foi avaliado a altura máxima e o número de indivíduos. Para amostragem do litter foi instalado em cada parcela um coletor de 1,0 x 1,0 m a 1,3 m acima do solo, sendo o material recolhido mensalmente. O litter foi seco e classificado em quatro classes de diâmetro. Foi avaliada a produção em massa de matéria seca total e por classe de diâmetro para cada tratamento e no tempo. Além disso, foi calculada a correlação entre a produção de litter e a variação da temperatura no tempo. Foram coletadas amostras de solo nas profundidades de 0 a 10 e 10 a 20 cm para cada parcela, além de doze pontos de controle em áreas externas. As amostras de solos foram analisadas quanto aos atributos químicos Acidez ativa (pH), Saturação por bases (V), Saturação por alumínio (m), Fósforo (P), Potássio (K) e Matéria orgânica (MO) e foram gerados mapas temáticos das distribuições espaciais dos atributos na área e no tempo. Não foram observadas modificações nos componentes do crescimento da vegetação que pudessem ser relacionados à aplicação de fertilizantes, em nenhum dos estratos inventariados. Da mesma forma, não foi verificado o crescimento das árvores no período de doze meses. A Mata da Silvicultura possui predominância de espécies não pioneiras em detrimento de pioneiras em todos os estratos. A produção de litter em massa seca total e na fração com diâmetro menor que 0,6 cm aumentou exponencialmente com o aumento das doses de fertilizantes. Foi verificada correlação positiva da produção de litter com a sazonalidade, sendo as produções maiores nos meses de setembro e outubro. Os atributos edáficos não foram influenciados pela aplicação de fertilizantes. Por outro lado, foi identificada a existência de micro-sítios de fertilidade natural em escala espacial local na área estudada. Dessa forma, é possível concluir que em um intervalo de doze meses, em uma floresta em estágio médio avançado de sucessão não é possível verificar variações significativas no crescimento das plantas como resposta à fertilização mineral. No entanto, a fertilização é capaz de promover a produção de litter e alterar consequentemente o ciclo biogeoquímico. Por fim, a existência de micro-sítios de variação nos atributos edáficos e o feedback da relação solo-planta carecem de estudos a longo prazo e que incluam novas variáveis para serem elucidados. Palavras-chave: Manejo florestal. Fertilizantes. Interação solo-planta. |