Biodiversidade e etnociência de plantas medicinais da comunidade Miguel Rodrigues-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Rodrigues, Angelo Giovani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10193
Resumo: A comunidade de Miguel Rodrigues, do município de Diogo de Vasconcelos-MG, será alvo da construção da Usina Hidrelétrica de Fumaça, à qual irá provocar profundas alterações na cultura da comunidade, onde se inclui o uso terapêutico das plantas medicinais. Neste sentido, objetivou-se registrar o conhecimento etnobotânico das plantas medicinais e viabilizar o acesso da comunidade às informações mais sistematizadas, às quais irão contribuir na valoração das propriedades rurais, oferecendo assim, subsídios às diversas áreas de pesquisa. O trabalho foi realizado no período de agosto de 2000 a abril de 2001, com dez informantes, sendo nove do sexo feminino, amostrados por meio da técnica de rede, definida pelo entrevistador em conjunto com os próprios membros da comunidade. A observação participante e entrevistas com questionário foram as técnicas de coleta de dados. Foram coletadas, herborizadas e identificadas no Herbário da UFV, 304 espécies, com 94 famílias e 238 gêneros. As famílias com maior número de espécies foram: Compositae, Leguminosae, Solanaceae, Euphorbiaceae e Labiatae. Dentre as espécies, 62,5% são coletadas e 37,5% cultivadas. Os hábitats mais explorados foram o de cultura (35,8%), pastagem (16,4%) e cerrado (12,3%); e hábito de crescimento herbáceo ereto (42,1%) e arbóreo (25,9%). A forma de preparo e o órgão vegetal mais utilizados foram o chá e a folha (34,1%). As plantas são coletadas durante todo o ano, observando se estão saudá veis e viçosas, tomando-se o cuidado de não causar a morte delas. Os informantes definem saúde como “algo que se possui, um bem indispensável à vida”. A medicina convencional e a fitoterapia coexistem na comunidade. Todos os ambientes são explorados na coleta das plantas medicinais. As mulheres são a grande maioria nos cuidados da saúde pela fitoterapia local. O conhecimento é transmitido oralmente, adquirido por meio da observação dos mais velhos no preparo dos chás, de uso próprio ou indicação aos doentes e na coleta das plantas. Os informantes são conhecedores de grande parte da flora local, da qual fazem uso intensivo.