Gênese e classificação de solos argilosos com horizonte B escurecido do sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Oenning, Isaias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10752
Resumo: Foram estudados química, física, mineralógica e micromorfologicamente um Alissolo Crômico Argilúvico (P2) e outro solo (P1), o qual, mesmo apresentando características intermediárias entre Espodossolo e Cambissolo, ainda não tem uma classificação taxonômica bem definida. Os solos, anteriormente classificados como Podzólicos Bruno-Acinzentados, são desenvolvidos a partir de argilito (P1) e riodacito (P2), de ocorrência pouco expressiva em áreas planálticas (720 e 570 m de altitude, respectivamente) e de domínio subtropical do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Apresentam como características comuns no horizonte B: topo escurecido, textura muito argilosa, acidez e alicidade marcantes. O solo P2, além do gradiente textural, apresenta cerosidade forte e abundante, confirmada pela presença de argilãs de iluviação revelada na análise micromorfológica, e estrutura em blocos, caracterizando um horizonte B textural típico. Estas feições não foram observadas em P1, cuja estruturação, já desenvolvida em blocos subangulares, moderada, média e pequena, presença de relíctos de material de origem e ausência de cerosidade e, ou, cutãs de iluviação indicam enquadramento como Bi. Em ambos os casos, o escurecimento do B sugere características intermediárias para horizonte espódico, mesmo se tratando de solo argiloso. Os teores de ferro extraídos pelo oxalato e pirofosfato do P1 correlacionaram- se com os percentuais de carbono das frações AH +AF (r=0,786** e 0,825**, respectivamente) para todo o perfil, assim como os teores de alumínio oxalato e pirofosfato da camada escurecida (r=0,998** e 0,952**, respectivamente). Para o P2, somente o ferro oxalato e pirofosfato se correlacionaram com os teores de carbono das frações AH + AF (r=0.976** e r=0,806**, respectivamente), o que sugere também migração e precipitação de complexos organometálicos no horizonte B, caracterizando o processo de podzolização. A frações AH e AF diminuíram em profundidade, apresentando um incremento no B escurecido, sendo os AH sempre em quantidades superiores. Os solos são eletronegativos e com elevados teores de alumínio trocável, possivelmente resultante da desestabilização de minerais 2:1 em meio ácido e sua conseqüente solubilização. A mineralogia da argila do P1 revelou a presença de ilita, interestratificado da mica-vermiculita e quartzo. No P2, a caulinita é o principal argilomineral, seguida de vermiculita com hidroxi entrecamadas e quartzo. A micromorfologia indicou caráter polifásico da iluviação na camada escurecida, com orgãs em processo de destruição ou incorporação na matriz do solo, como pápulas. Por outro lado, há uma iluviação/xantização atual. Apesar de a pobreza química da matriz mineral dos solos favorecer a preservação dos horizontes escurecidos, que se encontram em processo de destruição, estes são substituídos por plasma de natureza iluvial, com pouca contribuição de matéria orgânica. Por apresentarem características de horizonte B câmbico (P1) e de B textural (P2), juntamente com as de material espódico e textura muito argilosa, o enquadramento taxonômico destes solos tornou-se difícil.