O olhar desencantado em ensaio sobre a cegueira de José Saramago

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Adriana Gonçalves da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Estudos Linguisticos e Estudos Literários
Mestrado em Letras
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4841
Resumo: Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, vem suscitando desde sua publicação em 1995, inúmeros interesses de pesquisa. Tomando a obra como uma narrativa socialmente simbólica, uma das facetas inegáveis está justamente relacionada ao tempo muito singular no qual se insere: o de fim de milênio. Às vésperas do século XXI, a sociedade ainda não aprendeu a lidar com problemas e circunstâncias muito particulares provindos da modernidade. O cientificismo herdado de séculos anteriores, bem como a utópica esperança de que a razão dotaria o mundo de novo sentido, configura uma das vias do processo de desencantamento do mundo em curso há alguns séculos. Mediante a percepção de que o mundo encena uma etapa intensificada deste processo, possivelmente sem volta, percebemos na obra analisada uma profunda crítica saramaguiana ante o agrilhoamento social ao modelo capitalista: fora desse parâmetro não há civilização possível para os personagens e o temor de um barbarismo emerge. Em Ensaio sobre a cegueira, os indivíduos, quando assolados pelo mal-branco, não atestam os caracteres de humanidade e dignidade correntes nos padrões sociais éticos e morais, mas se entregam às situações mais abjectas. Os objetivos da pesquisa se configuram, portanto, em analisar, a partir da vertente sociológica weberiana, de que forma a denúncia deste mundo desencantado é feita na obra, verificando quais as possibilidades de um reencantamento mediante a experiência da cegueira e cogitando respostas ao fato de a mulher do médico permanecer como a única visionária restante.