Para além da Estátua: facetas de uma sociedade desencantada inscrita na Pedra de José Saramago

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Adriana Gonçalves da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3886
Resumo: O escritor português José Saramago afirmou, em uma conferência proferida na cidade de Turim, que a identidade da sociedade moderna ocidental tem se alterado na contemporaneidade. A declaração foi feita quando se referia ao romance A caverna, pertencente ao que denominou como fase da Pedra em sua produção. Nessa mesma conferência, o autor assegura ter levantado algumas pistas em seus romances que ensejam uma reflexão sobre um novo momento social ali transfigurado. No encalço dessa afirmação, elegemos, portanto, a referida fase em nossa tese tanto por situar o contexto de sua fala quanto por ser nesta que o autor declara verter-se ao núcleo de suas reflexões ou, como prefere metaforicamente dizer, à matéria (pedra) de que é feita a Estátua. Dessa forma, pretendemos perceber como a organização social ficcionalizada nos romances da Pedra de José Saramago aponta indícios do surgimento de um novo modelo societário naquele universo narrativo. De modo mais específico, analisaremos a presença dessa sociedade em transformação construída nos enredos sob o viés de três facetas, a saber: o Estado, a Economia e o Sujeito. Dentre os romances da fase da Pedra estabelecemos um recorte que inclui Ensaio sobre a cegueira (1995), Ensaio sobre a lucidez (2004) e As intermitências da morte (2005), para percepcionarmos as relações estatais; A caverna (2000) e Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas (2014), para pensarmos as contingências do setor econômico, e, por último, Todos os nomes (1997) e O homem duplicado (2002), para compor os inquéritos acerca do sujeito. Para identificarmos as pistas das possíveis alterações ocorridas nessas facetas sociais, mediante o avançar da modernidade, utilizaremos como aporte teórico que transversaliza nossas discussões o conceito de desencantamento do mundo, de Max Weber, observando como ele pode criar inteligibilidade e auxiliar na compreensão daquilo que, no texto de Saramago, se deseja como leitura social de um mundo em transformação